As guerras de futuro serão as guerras de robôs . O Exército norte-americano no Iraque recebeu três primeiros robôs de combate e tem planos de substituir um terço de seus veículos de guerra e armas por robôs até 2015, segundo o jornal alemão Spiegel. Os mais novos soldados do Exército americano têm um metro de altura, usam camuflagem para o deserto e estão armados com metralhadoras M249 pretas.
Eles se movem com um sistema parecido com rodas de canhão e graças a cinco câmeras que fazem as vezes de olhos podem até enxergar no escuro. Três robôs desse tipo foram enviados a Iraque em junho com tarefa de caçar rebeldes.
Guiados da distância eles avançam em direção a seus alvos e atiram neles com suas metralhadoras. É o futuro da guerra e já está acontecendo.
É o primeiro robô armado da história da guerra, diz Charles Dean, engenheiro da Foster-Miller, sediada em Waltham, Massachusetts, fabricante dos novos aparelhos. Dean e os 70 empregados de seu departamento estão ansiosos para descobrir como seus protegidos estão se saindo no front. Como os três robôs, batizados de Swords, estão sendo usados numa missão secreta, seus criadores não têm nenhuma idéia se eles já mataram soldados inimigos.
Parece ser apenas uma questão de tempo para que os três robôs de combate recebam reforços.
As Forças Armadas dos EUA estão atualmente testando também o Gladiator, um aparelho móvel sem tripulante desenvolvido por engenheiros do Instituto de Robótica da Carnegie Mellon University em Pittsburgh, Pensilvânia. O Gladiator pesa mais de uma tonelada e vêm equipado com pneus de borracha que o permitem subir inclinações de até 60%. As Forças Armadas já colocaram uma câmera com alvo e uma metralhadora M240 guiada por controle-remoto no protótipo.
Se os testes futuros forem bem sucedidos, uma versão de quatro rodas do Gladiator poderá ser enviada ao Iraque no ano que vem presumindo que as tropas americanas ainda estejam no país.
Gladiator é capaz de dismembrar grupos inimigos. Há três estágios de intensidade: primeiro o Gladiator lança ameaças através de um alto-falante, depois ele atira balas de borracha e, por fim, começa a atirar com a metralhadora.
De acordo com um comunicado interno do Exército americano, as máquinas armadas estão abrindo seu caminho nos campos de batalha de hoje e serão extremamente comuns nos campos de batalha do futuro. O orçamento do Pentágono já inclui cerca de US$ 200 bilhões para um programa de modernização chamado Sitema de Combate do Futuro.
A guerra automatizada também está fazendo avanços em Israel, onde os militares colocaram robôs ao longo dos 60 quilômetros de fronteira do país com a Faixa de Gaza. O sistema estacionário Ver e Atirar desenvolvido pela Rafael, uma fabricante de armas israelense, inclui metralhadoras e câmeras, e tem um alcance de 1.500 metros.
A Rússia através do comandadnte da Força Aérea, Alexander Zelin, anunciou há uma semana um ambicioso plano de criação de robôs voadores ( helicópteros e aviões ) que vão controlar o espaço russo a partir de 2011.
Os EUA também prestam grande atenção ao desenvolvimento dos robôs voadores.Em geral, os robôs aéros são a vanguarda entre os robôs militares. Numa exibição na semana passada em Webster Field, uma base militar em Maryland, pôde-se ver uma máquina com diâmetro de apenas 33 centímetros voando pelo ar e aterrisando sobre pernas em forma de molas. As tropas americanas no Iraque estão testando atualmente cerca de 20 desses chamados Micro Veículos Aéreos, feitos pela Honeywell Aerospace.
Os soldados podem tanto controlar os aparelhos com um joystick ou programá-los para funcionarem em piloto automático. Para tanto, eles acessam um mapa digital das cercanias em uma tela de computador e clicam no alvo. O aparelho usa GPS para localizar o alvo.
Um aparelho ainda mais impressionante mostrado em Webster Field foi um helicóptero de sete metros chamado Fire Scout. Em vez de um cockpit, o helicóptero sem tripulação tem a parte da frente sem janela, com um olho de Ciclope: um mecanismo a laser que permite ao Fire Scout aterrisar por conta própria, mesmo no pequeno espaço disponível nos menores navios de guerra. A fabricante americana Northrop Grumman produziu apenas dois protótipos do Fire Scout, que ainda não foram equipados com armas. Mas isso também vai mudar, diz o engenheiro Doug Fronius: Há planos definitivos para integrar armas ao sistema.
A Northrop Grumman também está desenvolvendo um aparelho sem armas para atuar camuflado, o X-47, que a companhia espera possa fazer seu primeiro pouso totalmente automatizdo em um porta-aviões em movimento em 2011. Removendo os pilotos, permitimos que o aparelho permaneça no ar por dez horas adicionais ou mais, diz Tighe Parmenter, da Northrop Grumman. Para programar uma missão contra o inimigo, tudo o que você precisa é de um teclado e um mouse. No início de agosto, a marinha americana assinou um contrato de US$ 635,8 milhões com a companhia para desenvolver as máquinas de guerra voadoras.
Objetos voadores sem tripulantes têm sido usados nas zonas de combate já há algum tempo, principalmente para reconhecimento, mas também para lançar armas fatais. Os dois mísseis que mataram o terrorista da Al-Qaida Mohammed Atef em novembro de 2001, enquanto ele viajava de carro para Cabul, foram lançados por um robô Predator.
É lógico supor que as decisões sobre vida e morte sejam cada vez mais transferidas para as máquinas assim que os engenheiros resolverem como solucionar o problema de distinguir entre aliados e inimigos. A primeira máquina provavelmente capaz de fazer essa distinção poderá ser colocada em funcionamento ainda esse ano ao longo dos 248 quilômetros da área desmilitarizada entre a Coréia do Sul e do Norte.
Samsung Techwin, uma firma de eletrônicos na Coréia do Sul, lidera o consórcio que desenvolve a máquina, um robô atirador negro. Equipado com câmeras de vídeo e ultrassom, o robô pode distinguir entre árvores e pessoas e, de acordo com Arkin, pode abrir fogo independentemente em qualquer um que cruzar a fronteira ilegalmente.
O Pentágono também quer dar mais liberdade aos robôs, argumentando que a única forma para aumentar a força dos soldados americanos é permitir que eles usem diversos sistemas automatizados ao mesmo tempo. Isso só é possível se se permitir que as máquinas possam tomar várias decisões independentemente. De acordo com um documento do Exército americano, tanto o combate fatal e não-fatal seriam possíveis como um comportamento autônomo.
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