Uma força militar conjunta da ONU e União Africana, numerando entre 17.000 e 19.000 efectivos, foi aceite por Cartume. Boas notícias pelo povo de Darfur, numa altura em que agências de apoio não conseguem penetrar em algumas regiões. Mas será pouco demais, tarde demais?
O contingente de 7.000 soldados da paz da União Africana vai receber reforços da ONU e da União Africana sob um acordo em Adis Abeba, que satisfaz o Governo sudanês, que se recusou a aceitar uma força não-africana, rotulando-a de invasão ocidental. A notícia foi dada hoje por Said Djinnit, responsavel da União Africana por paz e segurança.
Acção, em vez de palavras
Porém, não há causa para tanto gáudio no terreno, onde em quatro anos morreram 200.000 pessoas e ficaram deslocadas entre 2 e 3 milhões, pois os reforços só deverão chegar no ano de 2008.
A violência na região fez com que algumas agências humanitárias tivessem de cortar as linhas de ajuda. De acordo com a instituição de caridade, Oxfam, a situação em algumas regiões chegou a uma situação de crise, porque níveis de apoio estão ao nivel mais baixo de sempre, desde o início do conflito. Largas áreas de Darfur estão inacessíveis para trabalhadores destas agências, que são frequentemente escolhidos como alvos pelos combatentes.
Situação cada vez pior
A razão pela falta de estabilidade na região reside na composição dos grupos armados, que são cada vez menores em termos de efectivos mas mais numerosos em termos de facções. O resultado é o colapso do Estado em muitas áreas e uma falta total de lei e órdem.
Os veículos das agências são assaltados e o pessoal é mal tratado ou em alguns casos, atacado. Os campos de refugiados, alguns dos quais com 100.000 refugiados, são cada vez mais inseguros e assaltos armados em pleno luz do dia são comuns.
Timofei BYELO
PRAVDA.Ru
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