O Congresso dos Estados Unidos, chocado pelo massacre na Virginia Tech pode aprovar uma lei que ajude a manter as armas de fogo longe das mãos de doentes mentais, disseram neste domingo legisladores e assessores, informa Reuters.
"Dado ao horror acontecido na Virginia Tech, acho que existe uma possibilidade real de aprovar isso", disse ao noticiário Fox News Sunday o senador Charles Schumer, democrata de Nova York. Um assessor da liderança republicana concordou, ao "Se houver consenso, e isso é no lugar de medidas draconianas, provavelmente (as chances são) muito boas."
O Congresso inicialmente hesitou em reagir ao tiroteio ocorrido na Virginia Tech na segunda-feira, comprometendo-se com um endurecimento do controle de armas, que é uma questão que divide os eleitores. De fato, os democratas, que anteriormente defendiam essas medidas, efetivamente abandonaram a questão ao conquistar o controle do Congresso no ano passado.
No entanto, depois que ficou determinado que o assassino da Virginia Tech já havia sido internado em um hospital psiquiátrico e considerado "perigoso para si mesmo e outros", os membros do legislativo tiraram o pó de projetos rejeitados anteriormente. Seung-Hui Cho, um estudante da Virginia Tech, matou a si mesmo depois de matar 32 outras pessoas. Ele havia comprado duas pistolas automáticas no Estado da Virgínia, mas o fato de que era doente mental não chegou aos registros federais.
O projeto de lei prevê verbas para que os Estados atualizem o sistema nacional de verificação instantânea de antecedentes que proíbam a compra de armas de fogo por indivíduos com problemas de saúde mental. Na Câmara dos Representantes, o deputado Charles Dingell, democrata de Michigan e defensor do direito de portar armas, juntou-se no apoio a esse projeto de lei com a deputada Carolyn McCarthy, destacada defensora do controle de armas.
Aparecendo com Schumer no Fox News Sunday, o senador Arlen Specter, republicano da Pensilvânia, manifestou o seu apoio. O mesmo fizeram Sarah e Jim Brady, dois destacados defensores do controle de armas. Eles fazem campanha nesse sentido desde que Jim Brady foi ferido na tentativa de assassinato contra o então presidente Ronald Reagan, em 1981. Ele era assessor de imprensa de Reagan.
"Não trabalhamos para tirar as armas de fogo das pessoas. Mas acreditamos que precisamos restringir a disponibilidade dessas armas para classes proibidas: delinquentes, fugitivos e, como fica claro nesse caso, os que foram considerados judicialmente como doentes mentais", disse Sarah Brady, que esteve com seu marido no programa Face the Nation, da rede CBS de televisão.
Um projeto aprovado pelo Congresso há uma década e que tem o nome de Jim Brady exige uma verificação instantânea dos antecedentes dos compradores de armas de fogo. "O que tivemos neste caso, infelizmente, como ficou claro nos últimos dias, é que o sistema entrou em colapso", disse Sarah Brady.
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