África: O caminho para a frente

A Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, NEPAD, providencia linhas-guia para o fortalecimento do processo do desenvolvimento do continente, através da cooperação inter-regional e a optimização de recursos sob a União Africana – africanos a trabalharem juntos em prol do seu continente, menos que meio século depois da maioria dos seus países ganharem sua independência.

Numa reunião de trabalho na Comissão da União Africana em Adis Abeba, Etiópia, entre 5 e 7 de Março, foi realçada a necessidade de aprofundar o desenvolvimento das Comunidades Económicas Regionais (CER), como primeiro passo para a integração numa escala continental.

A primeira fase consistiu no Plano de Acção no Curto Prazo, lançado em Maio de 2002, que apresenta um grande número de projectos para o desenvolvimento de infra-estruturas. Este plano será substituído pelas Linhas-Guia Estratégicas do Médio a Longo Prazo já no fim de 2007.

De acordo com o Secretariado da NEPAD, a prioridade imediata na constituição das CER passa pela definição de papéis, distribuição de tarefas e a coordenação dos intervenientes, fortalecendo as acções individuais e sempre tendo em conta o objectivo, monitorizando os projectos numa base constante para maximizar a eficiência e eficácia dos projectos.

Por esta razão, a NEPAD favorece a apresentação de projectos que focam nas necessidades políticas e administrativas na sua implementação, que deveria ser ao longo de um processo de dois ou três anos e sempre elaborado em comunicação com a União Africana.

Os principais intervenientes nas CER serão os ministérios nacionais, os bancos e utilidades e na elaboração de planos para a regionalização dos seus serviços, devem concentrar na coordenação, a divisão das tarefas e da mão-de-obra, a comunicação e a partilha de experiências.

Para o Secretariado da NEPAD, o âmbito de cada CER deve ser definido com clareza e deve realçar a concentração dos recursos. Para a NEPAD, o mandato específico dado a cada CER e o processo de monitorização para garantir a sua eficácia, constituem as “pedras de toque” da integração regional.

O Banco Africano de Desenvolvimento tem planos para financiar os projectos que constituem as CER.

Com o continente africano na senda da integração regional e na formação de uma União em todos os níveis, é o dever da comunidade internacional providenciar todo o apoio onde for necessário e quando for requisitado. África como continente tem pouco mais que 50 anos de idade, no contexto geo-político actual, e visto que o mundo “civilizado” ocidental fez tantos danos durante séculos de colonização, é justo que à África seja dada uma hipótese para se desenvolver, desta vez sem intrusão.

Aqui, a média tem um papel importante: em vez de focar sempre no tipo de histórias que criam impactos negativos, os tremendos progressos registados na África numa base quase diária deveriam ser – mas não estão – nos jornais.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

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