O editor da revista Agos, o armênio, Hrant Dink, condenado no ano passado a seis meses de prisão condicional por "ter insultado o espírito turco" ao qualificar de genocídio o massacre de armênios pelo Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), foi assassinado a tiros nesta sexta-feira no meio da rua.
Oito pessoas foram detidas hoje por suspeita de envolvimento no assassinato do jornalista , de 52 anos, informam vários meios de comunicação turcos.
O governador de Istambul, Muammer Güler, manifestou seu otimismo sobre a possibilidade de esclarecer rapidamente o crime, enquanto milhares de manifestantes se reuniram na sexta-feira à noite na cidade para protestar contra o assassinato.
Um dia depois do crime, a imprensa turca foi unânime ao reivindicar como um dos seus um homem cuja vida foi largamente definida por acusações de traição à pátria.
"Hrant Dink é a Turquia", diz a manchete do diário Milliyet. "O assassino é um traidor do país", afirma outro periódico, o Hurriyet.
Autoridades turcas prometeram transparência na apuração, e o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan entrou pelo menos três vezes em rede nacional de televisão para falar sobre o crime. "As balas disparadas contra Hrant Dink atingiram a todos nós", disse ele.
A maioria dos turcos supõe que o assassinato foi uma reação às declarações públicas de Dink sobre o genocídio dos armênios, algo que nacionalistas turcos vêem como um insulto à honra do país e uma ameaça à unidade nacional.
Estadão
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