Os Estados Unidos foram o único país a votar ontem contra os primeiros passos para que a ONU aprove um Tratado sobre o Comércio de Armas. A votação ocorreu na Primeira Comissão da Assembleia-Geral da ONU e 139 países votaram a favor, contra apenas um voto. Houve 26 abstenções. Trata-se do primeiro passo para que o Tratado venha a tomar forma. O trabalho de desenvolvimento do tratado vai ter início em 2007.
Este voto veio culminar uma campanha que já dura três anos e que mobilizou mais de um milhão de pessoas em 170 países, incluindo 15 prémios Nobel da Paz. A resolução aprovada pede que o secretário-geral da ONU procure harmonizar os pontos de vista de todos os países-membro da ONU sobre um instrumento legal que estabeleça padrões para a exportação, importação e transferência de armas convencionais, e que apresente um relatório à Assembleia Geral no final do próximo ano. Em seguida será formada uma comissão de especialistas de todo o mundo que examinarão a questão em detalhe e voltarão a submeter um relatório à ONU.
"Esta votação maciça para desenvolver um Tratado global sobre o Comércio de Armas é uma oportunidade histórica para que os governos detenham a transferência de armas imoral e irresponsável", disse Kate Gilmore, da Amnistia Internacional, uma das organizações que têm levado a cabo a campanha pelo controlo de armas. "Qualquer Tratado credível tem de ilegalizar estas transferências que incentivam o assassinato sistemático, a violação, a tortura e a expulsão de milhares de pessoas".
As falhas da legislação actual sobre comércio de armas permitem que mais armas sempre vão parar a zonas de conflito, apesar dos embargos à exportação.
Diário de Notícias
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