Os confrontos que começaram esta terça-feira em Budapeste, Hungría, prosseguem já de noite, com cerca de dois mil manifestantes a enfrentar nas ruas a polícia, que continua a fazer detenções e a lançar insistentemente gás lacrimogéno.
Nota-se , com ironia, que os húngaros da oposição usaram contra as suas forças policiais dois tanques russos T-34 , tirados de um museu. A serem arrancados estes tanques, acompanhados pelos gritos da multidã, passaram cem metros e foram parados pela Polícia. Tanque T-34 tinha sido considerado em 1956 pelos húngaros como o símbolo da sua derrota na revolução anti-soviética.
Na «terra de ninguém» entre os manifestantes e a polícia foi, entretanto, erguido uma espécie de muro feito de tudo o que os contestários conseguiram para o erguer.
Os confrontos acontecem no dia em que se celebra o 50º aniversário da revolução húngara de 1956, em cujas cerimónias oficiais participaram quase 20 Chefes de Estado, entre eles o presidente português Cavaco Silva. A Rússia se faz representada pelo presidente da Câmara Alta do Parlamento Federal, Sergey Mironov.
Nas últimas semanas, Budapeste tinha já sido palco de manifestações massivas exigindo a demissão do primeiro-ministro, Ferenc Gyurcsany, acusado de ter mentido quanto ao seu programa de rigor económico para ser reeleito, em Abril de 2006.
Lãszló Garamvoelgyi, porta-voz da polícia húngara, assegurou entretanto pela televisão que as forças anti-motim tencionam normalizar a situação na capital húngara durante a noite, admitindo que foi convocada uma reunião do Comité de Segurança Nacional, um órgão em que têm assento o primeiro-ministro, além dos ministros da Defesa e da Administração Interna.
Dos confrontos resultaram, entretanto, vários feridos entre os manifestantes, bem como dezenas de detenções, algumas das quais foram testemunhadas pela Lusa, embora as autoridades não tenham ainda divulgado um número definitivo
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