Segundo Euronews em Fevereiro de 2002, vislumbrou-se um raio de esperança para os arguidos do processo de Benghazi. Depois de três anos de julgamento, o Tribunal Popular não conseguiu provar a conspiração do Estado líbio, e declarou-se incompetente para julgar.
As cinco enfermeiras e os dois médicos foram acusados de inocular o vírus da SIDA a 426 crianças do hospital pediátrico de Benghazi a mando da CIA e da Mossad. As acusações foram exclusivamente baseadas na suspeição do chefe de Estado, o coronel Khadafi, e a confissão de duas enfermeiras sob tortura, que se retrataram depois.
O processo foi então julgado em primeira instância, e o a sentença proferida em Maio de 2004: as cinco enfermeiras búlgaras e o médico palestiniano foram condenados à morte por terem deliberadamente contaminado as crianças - veredicto que a Bulgária considerou absurdo. Um dos peritos ouvidos foi Luc Montaigner, pai da descoberta do HIV, que situou a contaminação no hospital antes da contratação do pessoal clínico estrangeiro, através da reutilização de seringas descartáveis. Os réus apelaram da sentença.
Ao mesmo tempo, a União Europeia transmitiu a Tripoli que as condenações à morte são um obstáculo à normalização das relações com o regime de Kadhafi. Em busca do reconhecimento internacional, Tripoli renunciou ao terrorismo, em 2004, e indemnizou os familiares das vítimas do atentado de Lockerbie. Em 2005, num encontro com Kadhafi, a comissária das relações externas da União Europeia, Benita Ferrero Waldner, insistia:
"Compreendemos a independência do regime líbio, mas, ao mesmo tempo, questionamos as provas em que este caso foi baseado".
As famílias líbias reclamam nove milhões de euros de indemnização por cada criança contaminada. Como a Bulgária considera que o pessoal clínico búlgaro é inocente. rejeita essa pretensão. No entanto, participa financeiramente num fundo para a acção humanitária contra a SIDA na Líbia.
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