Eu bebo, sim; estou bebendo. Tem gente que não bebe e está morrendo. Foi mais ou menos isso o que o zagueiro Luisão (foto), do Benfica e da Seleção Brasileira, afirmou às autoridades portuguesas depois de ter sido flagrado na sexta-feira numa avenida de Lisboa, ao volante de seu carro, com uma taxa de álcool no sangue superior ao permitido pelas leis de trânsito.
De imediato, o brasileiro foi pichado pela opinião pública e parte da imprensa lusa, que chegou a acusá-lo de embriaguez, só porque ele afirmou que não dispensava um bom vinho.
Sejamos justos: nos testes feitos por Luisão, a taxa de álcool estava cerca de 10% acima do normal e, para alguns, quase dentro da margem de erro. Isso representa uma taça de vinho, se muito. O jogador não estava bêbado longe disso e seu erro maior foi estar ao volante após ter ingerido bebida alcoólica.
De acordo com Luisão, ele voltava para casa com a mulher após um jantar com amigos. Eram 2 h da manhã de sexta-feira quando foi parado por uma bltiz policial. Aqui está o segundo erro de Luisão: a essa hora, e sabendo que haveria treino na manhã seguinte, o jogador já deveria estar em casa. Fora isso, não há mais do que se condenar na postura do atleta.
Por se tratar de uma estrela e ganhar bem, Luisão atraiu a ira do cidadão comum, que sempre se mostra indignado por pensar que os famosos permanecem impunes. Mas Luisão obedeceu a todas as exigências da justiça portuguesa e, em vez de pagar uma multa, foi condenado a cumprir 40 horas de trabalho comunitário.
Pesou a seu favor o fato de ser réu primário e personalidade pública. Sejamos racionais: é mais punitivo para o jogador passar 40 horas desenvolvendo alguma atividade assistencial do que ter pago uma multa que não lhe doeria no bolso.
Fernando Santos manteve Luisão na convocatória como tinha prometido, apesar de o internacional brasileiro ter sido apanhado a conduzir com excesso de álcool .
Trivela
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