No Espírito Santo, Sudeste do Brasil, 332.876 mil pessoas vivem em áreas de risco

VITORIA/BRASIL - O Estado do Espírito Santo, no Sudeste do Brasil, região mais desenvolvida do Pais, é considerado o primo pobre de Minas Gerias, Rio de Janeiro e São Paulo. Esse quarteto de estados brasileiros tem o privilégio de estar localizado parte no litoral, com as maravilhas e mistérios do mar tropical, e parte nas montanhas, com o fascinante e sedutor clima europeu.

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

Apesar de toda beleza e desenvolvimento, o Espírito Santo vive o drama da maior tragédia ambiental brasileira, provocada pelo rompimento de uma barragem da Samarco, a 'mineradora da morte', que destruiu um dos maiores rios do Pais, o Rio Doce, em todo o seu percurso, de Minas Gerais ao Espirito Santo.

Infelizmente, nenhum diretor da Samarco foi presos, apesar de o crime que cometeram ter tido repercussão internacional, com violentas criticas e protestos de organismos da própria Organização das Nações Unidas (ONU).

Mas, como no Brasil, só pobre vai preso, os responsáveis pela tragédia nacional provocada pela 'mineradora da morte' continuam livres, leves e soltos, se aquecendo para a maior festa nacional, o Carnaval.

Enquanto tudo isso acontece, mais de 332.876 mil pessoas, pobres, impotentes e com a voz sufocada pelo poder dos ricos, vivem em áreas consideradas de risco no Espírito Santo. Essas áreas são locais sujeitos a deslizamentos, queda ou rolamentos de blocos de pedra, enchentes, inundações, entre vários outros tipos de desastres e tragédias que podem acontecer.

No Espírito Santo existem 70.653 mil imóveis construídos de forma irregular, em locais perigosos e que, por causa disso, estão ameaçados, podendo provocar uma tragédia. O Espírito Santo tem 78 municípios, e das 330 mil pessoas que vivem em condições de risco no Estado, 24.115 estão no município de Cariacica, na Região Metropolitana da Grande Vitoria, capital do Estado, ocupando 6.029 imóveis.

Apesar de Cariacica ser o município do Estado com o maior número de moradias em condições de alto risco, o prefeito Geraldo Luzia, o Juninho Risadinha, nada faz, senão rir o tempo todo, não se sabendo ainda de que, de quem, por que e para quem.

Em Vila Velha, cujo prefeito Rodney Miranda é uma invenção política do governador Paulo Hartung, recentemente uma enorme pedra rolou do alto de um morro, no bairro Boa Vista, deixando um rastro de destruição por onde passou.

A tragédia assustou o povo capixaba e gerou protestos e criticas ao prefeito Rodney Miranda que, se já estava mal politicamente, agora acabou de se afundar preferência popular, com enormes chances de levar uma histórica 'surra' eleitoral em outubro próximo. Em Vila Velha, 13.965 pessoas vivem em 2.704 imóveis construídos em áreas de risco.

Na Serra, município que coleciona o titulo de campeão em assassinatos no Estado e vice-campeão no Brasil, são 7.504 pessoas, em 1.876 moveis em áreas de risco. A Serra carrega a fama de ser cortada pelo "trecho da morte", da BR 101, que corta o Brasil de Norte a Sul, pelo litoral. A parte do BR 101 que está dentro do município da Serra é aonde acontece mais acidentes em todo o Brasil.

Mesmo com essa tragédia dentro do seu município, o prefeito Audifax Barcelos não toma medidas enérgicas para solucionar o grave problema que tem deixado famílias inteiras de luto pela perda de parentes. Populares da Serra acusam o prefeito Audifax Barcelos de ser 'doutor' em inaugurar obras sem que sejam concluídas. Em ano eleitoral é o tal do salve-se quem puder, e se engana quem for otário e acreditar em Papai Noel.

Também, na Serra, de Audifax Barcelos, ocorrem vergonhosos atos de violência contra a educação. Escolas vivem em estado de abandono e descaso por parte do prefeito, com invasões, depredações, e todos os tipos de vandalismos. As escolas não têm nenhum tipo de segurança, nem humana nem mecânica.

Em Vitoria, capital do Estado, são 2.408 pessoas, em 597 imóveis localizados em áreas de graves ricos. O prefeito Luciano Rezende caminha para uma vergonhosa derrota eleitoral em outubro próximo por conta a péssima administração que está realizando. A única medida ousada que ele tomou, já reclamada pela população fazia tempo, foi multar a Vale e a ArcelorMittal, duas 'empresas da morte", por poluir o ar da cidade, causando graves doenças respiratória na população.

Detalhe:- Luciano Rezende só teve coragem de multar a Vale e a ArcelorMittal depois que, no mesmo dia, pela manhã, a Polícia Federal tinha fechado o Porto de Tubarão, em Vitoria, e paralisado as atividades das duas empresas (Vale e AcerlorMittal) acusadas de poluírem o mar e o ar da capital, Vitoria.

  

ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU

 

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