Indígena derruba o homem mais rico do País em ranking de empresários mais criativos

No Brasil, indígena derruba o homem mais rico do País em ranking de empresários mais criativos
 
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
PRAVDA.RU
 
No Brasil, indígena derruba o homem mais rico do País em ranking de empresários mais criativos. 16283.jpegSÃO PAULO/BRASIL - A revista online Fast Company incluiu em sua lista dos 100 empresários mais criativos de 2011 o chefe Almir Narayamoga, da terra indígena Sete de Setembro, na divisa de Rondônia com Mato Grosso, que pertence ao povo Paiter.
 
Almir Narayamoga aparece na 53ª posição, à frente de Eike Batista (58ª posição), oitavo homem mais rico do mundo e o mais rico do Brasil, segundo a revista Forbes.
 
O indígena foi incluído no ranking, segundo a publicação, por ter implantado com o Google um sistema de monitoramento móvel do território indígena. Foram mapeados em três dimensões na ferramenta Google Earth, através de smartphones, os locais de caça, pesca e culto, árvores e locais sagrados e toda a área verde da terra indígena, na tentativa de conter e denunciar o desmatamento ilegal. O objetivo, conta Almir, é preservar a mata para poder entrar no mercado de crédito de carbono.
 
No mercado de carbono, cada tonelada de CO2 que uma entidade deixa de emitir na atmosfera dá direito a um crédito em dólares, que pode ser negociado com outras empresas ou na bolsa de valores.
 
Evitando o desmatamento e promovendo o reflorestamento contínuo, os paiter tentam garantir um estoque de carbono para venda, já que as árvores absorvem gases de efeito estufa e "economizam" em emissão de CO2.
 
O chefe indígena diz que é mais um líder do seu povo do que um empreendedor. "Também tenho que pensar no futuro do povo paiter, e isso exige planejamento de todo um território, preservação da cultura, educação, saúde, alternativas econômicas, proteção ambiental, estudos e pesquisas para o desenvolvimento", afirma Almir.
 
Amir relatou a história de seu povo ao Google durante uma visita a São Francisco, nos Estados Unidos, onde está o escritório do site.
 
"Perguntei como eles poderiam nos ajudar nesta proteção. Assim, marcamos uma entrevista de meia hora, acabei ficando quase três, e logo depois iniciamos a parceria", diz. A equipe do Google foi, então, a Cacoal, em Rondônia, para dar o curso de Novas Ferramentas aos índios.
 
Sobre a 53ª posição no ranking, à frente do empresário Eike Batista, que é o 58º, Almir disse ter ficado surpreso. "Até porque ele é muito rico e conhecido, eu sou apenas um indígena que luta pela proteção da floresta e pelo equilíbrio climático. Dá pra ver que o mundo está mudando e diminuindo o preconceito", diz.
 
O 1º lugar da lista da Fast Company coube ao jornalista Wadah Khanfar, da rede de notícias Al Jazeera, que cobriu a derrubada do ditador Hosni Mubarak do poder no Egito. Eike Batista é citado pelos investimentos que pretende fazer no Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
 
A lista ainda conta com outro brasileiro, o publicitário Nizan Guanaes, que quer elevar seu Grupo ABC do atual 20º lugar para o 9º no ranking de maiores agências do mundo antes de 2016.
 
ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU
 

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