Por ANTONIO CARLOS LACERDA
Correspondente Internacional
RIO DE JANEIRO/BRASIL (Pravda Ru) O fantástico, insensível, imprevisível e violentamente poderoso mundo virtual da Internet é o mais novo instrumento de comunicação na política brasileira, com os candidatos, através de seus assessores internautas, mostrando seus programas e lançando mão dos mais violentos, cruéis, anônimos e surpreendentes ataques aos seus adversários.
Nas eleições anteriores a essas de 2010, os meios que os candidatos usavam para se comunicar com o eleitor eram a televisão e o rádio, além do jornal impresso e de material publicitário como panfletos, outdoor, carros de som, comícios, etc.
Nas eleições deste ano, a Internet está sendo usada, 24 horas por dia, de forma indiscriminada, sem lei, sem ética, sem regras e sem punição por candidatos, através de seus cabos eleitorais virtuais, em um vale tudo eleitoral, visando apenas a sedução do eleitor e a conseqüente conquista do seu voto.
Muitos candidatos, que sempre posaram de bons moços, moralistas, acima do bem e do mal, donos da verdade, senhores da honra, doutores da moral e mestres da virtude estão sendo desnudados silenciosamente por legiões de milicianos virtuais que mostram suas falcatruas, trapaças e práticas de corrupção no seu dia-a-dia.
Na Internet não se pode prever qual o tamanho e de onde virá o próximo ataque que, a exemplo da propaganda oficial no rádio e na televisão a legislação eleitoral brasileira garante o imediato direito de resposta a quem for atacado em sua honra e sua moral.
Território sem dono e sem lei, a Internet, embora mansa e dócil como a pomba, silenciosa e prudente como a serpente, deixa um rastro de simpatia ou antipatia, de aprovação ou rejeição, de amor ou ódio por onde é acessada, dependendo da finalidade da mensagem enviada a milhões de internautas espalhados pelos quatro cantos do Brasil.
A comunicação via Internet é tão ou mais rápida que via televisão e rádio. Um candidato a presidente da República, por exemplo, pode, facilmente, em apenas um único dia, mostrar seu programa de governo a milhões de internautas ou detonar seu oponente nacionalmente via Internet, façanha que nem em anos conseguiria realizar, indo ao encontro pessoal com o eleitorado brasileiro.
Nessa guerra virtual, sem limites e sem regras, sairá vencedor quem tiver maior poder de comunicação, maior facilidade para seduzir o eleitor e conquistar seu voto, acrescido do conhecimento e do domínio absoluto no manuseio da arte mágica da palavra escrita e falada.
Além de todo esse potencial, a Internet é o meio de comunicação de massa mais barato e de mais fácil operacionalização. Basta redigir o texto, ilustrá-lo, se for o caso, selecionar os endereços de e-mails e clicar em enviar e pronto: Está conquistado ou perdido o voto; ou, então, feito o estrago.
ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do Pravda Ru no Brasil. E-mail:- [email protected]Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter