Ciente da utilidade do telefone para fazer ver como funciona a prisão, no seu caso, terá pedido à direcção da cadeia de Monsanto para inscreverem o número de telefone da ACED na lista dos números a que poderia recorrer, no quadro do regime de controlo dos telefonemas instituído.
Tal pretensão foi-lhe negada. Não lhe será permitido telefonar para a ACED a partir de Monsanto. A ter em conta as declarações das autoridades prisionais vindas a público nos jornais, não será por vingança ou represália que tal impedimento foi decretado.
Será, com toda a probabilidade, por ser um dos pilares da política do sistema prisional abafar toda e qualquer circulação de informação sobre o que se passa nas prisões. Esperemos que, no futuro, as represálias contra o queixoso não se venham efectivamente a cerificar.
Mas a partir do Hospital prisional Luís teve permissão de contactar-nos. Foi-nos contando a história que relatámos ao longo de cinco ofícios, e disse-nos agora que desistiu de reclamar. Quis-nos pôr a par da sua decisão pois não pretende ser herói e, tendo ficado isolado (o seu companheiro Jorge Paulo Ribeiro estava na cela ao lado com televisão, enquanto ele estava numa cela nua e algemado) não se sentiu com forças para continuar. E já que não só não o tratam no hospital como as condições da cela são piores que em Monsanto, preferiria voltar para Monsanto.
Disse-nos ainda que uma senhora representante do Provedor de Justiça o visitou e pôde constatar como estava sem mobília na cela, embora uma cama tenha sido lá posta pouco antes de chegar.
ACED
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