Cerca de 6 mil integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e garimpeiros ocuparam na manhã desta quarta-feira (7), a Estrada de Ferro Carajás, no município de Parauapebas, estado do Pará.
A ferrovia é usada pela companhia Vale do Rio Doce para o transporte de minério de ferro. O Movimento reivindica que a empresa aumente o repasse da contribuição financeira pela exploração mineral, de 2% para 6%, como forma de compensar os impactos da migração e do desemprego que sofrem os municípios mineradores.
O objetivo dos ocupantes é usar esse aumento para investimento em educação e saúde na região, assim como num amplo programa de reflorestamento.
Os movimentos sugerem também que seja criado um conselho deliberativo com representantes da empresa, do Estado e da sociedade civil para discutir os projetos de mineração e de uso de recursos ambientais da região.
"Queremos colocar a Reforma Agrária e o gerenciamento dos nossos recursos naturais no centro do debate político sobre o desenvolvimento social e econômico para o estado do Pará", afirma Ulisses Manaças, da coordenação estadual da Via Campesina e do MST no Pará.
Segundo a Vale do rio Doce, as reivindicações do MST não guardam qualquer relação com a companhia e afirma que cabe aos governos estadual e federal a condução do processo de negociação com os ocupantes.
Essa é a terceira vez no período de um mês que movimentos sociais que compõem a Via Campesina ocupam a Estrada de Ferra Carajás. A idéia é interromper o fluxo de trens da ferrovia, que leva minério e outros produtos de Carajás para a região portuária de São Luiz, no Maranhão, de onde é exportado, e dessa forma chamar a atenção da sociedade para a grande exploração feita pela empresa e o pouco retorno que traz para a sociedade.
Rebeka HOLANDA
BRASIL
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