Um Airbus da TAM com 176 passageiros a bordo não conseguiu pousar na pista principal do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, tentou arremeter, atravessou a Avenida Washington Luis e bateu às 18h45 ( horário local) na terça-feira (17) entre o primeiro e o segundo andares de um prédio, informa Agência Estado.
Segundo as informações da agência AP todas as 176 pessoas do avião e pelo menos 30 pessoas encontradas em dois edifícios atingidos morreram .
Segundo relatos dos bombeiros ao governador paulista, José Serra (PSDB), seria impossível haver sobreviventes já que a temperatura no avião pode ter chegado a 1.000 graus Celsius com o incêndio que se seguiu ao choque com os prédios, escreve Reuters.
Um dos prédios atingidos era da TAM Express.
Entre os mortos no avião está o deputado federal Julio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria na Câmara.
Dez pessoas estavam sendo atendidas em hospitais da região.
O acidente de terça-feira deve superar a tragédia de setembro do ano passado, quando um Boeing da Gol caiu no Mato Grosso matando todas as 154 pessoas à bordo, até então o maior desastre da avião nacional.
Os dirigentes do aeroporto apontaram a possibilidade de Congonhas ficar fechado até o final das investigações sobre o acidente, mas ainda não havia uma definição sobre essa questão.
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, coronel Jair Taca de Lima, informou que 27 imóveis da área foram interditados devido à grande quantidade de gás e fumaça. Os moradores serão encaminhados para hotéis. Os imóveis não foram avariados, mas não há previsão para o fim da interdição.
Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência com os ministros Waldir Pires (Defesa), Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Franklin Martins (Comunicação Social). O comandante da Aeronáutica, tente-brigadeiro Juniti Saito, que estava no Estado de São Paulo, se dirigiu para Congonhas.
Após a reunião, o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, disse a jornalistas que a Aeronáutica iniciaria a investigação sobre o acidente "imediatamente".
Lula divulgou uma nota na qual demonstrou solidariedade aos parentes das vítimas e garantiu que "todas as investigações necessárias serão feitas a fim de esclarecer as causas dessa terrível tragédia".
O acidente de terça-feira deve agravar ainda mais a crise aérea que o país enfrenta há dez meses, deflagrada pela queda do Boeing da Gol.
"Até quando isso vai continuar? Vamos esperar o terceiro acidente para o governo dar uma solução?", disse o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.
O desastre da TAM aconteceu após uma série de derrapagens que o aeroporto de Congonhas vinha registrando no último ano, em meio a reformas e ao caos aéreo em todo o país. A última delas na segunda-feira, com um avião da companhia aérea Pantanal.
A pista principal do aeroporto passou por uma reforma entre maio e junho, justamente para reduzir o risco de derrapagens. Mas um serviço de ranhuras na pista, chamado de grooving, para aumentar a aderência dos pneus das aeronaves, ainda não foi feito.
Em outubro de 1996, a região próxima ao aeroporto de Congonhas viveu outra tragédia. Um avião da TAM caiu logo após a decolagem, matando 99 pessoas, incluindo três vítimas fatais em terra. Segundo laudo divulgado à época, uma falha no equipamento provocou o acidente.
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