Filas e mais filas tornou-se uma característica constante nos aeroportos brasileiros. Vôos com atraso e decolagens canceladas. Passageiros indignados e sem informações precisas. Esse vem sendo o cenário atual nos principais aeroportos do país.
A desordem nos aeroportos ganhou proporções desmesuradas após o acidente, no dia 29 de setembro, envolvendo o Boeing da companhia aérea Gol e o jato da Legacy. O desastre teve como conseqüência a morte de 154 pessoas que estavam a bordo do Boeing.
Após a tragédia, os controladores de tráfego aéreo decidiram dar início a um protesto a chamada operação-padrão- contra a escassez de profissionais e por melhores condições de trabalho. A maior crítica dos controladores era a sobrecarga, pois chegavam a controlar, simultaneamente, mais de 19 aeronaves ao mesmo tempo. Segundo as normas internacionais, cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves. Com a operação-padrão, houve maior intervalo entre os pousos e decolagens, desencadeando uma série de atrasos e cancelamentos de vôos.
Desde então, a aviação brasileira enfrenta uma série de problemas tais como: protestos, paralisação dos controladores aéreos, falta de equipamentos, extravios de bagagens, atrasos e cancelamentos de vôos.
Nesta quinta-feira, a aeronáutica determinou a prisão do presidente da Federação brasileira das associações de Controle de tráfego aéreo, o sargento Carlos Trifilio, pelas suas recentes declarações dadas à imprensa, nas quais critica a gestão da Aeronáutica. Com 20 anos de trabalho em controle de vôo, o sargento é um profissional respeitado pela categoria.
Incomodado com a repercussão de recentes comentários feitos por ministros de outras áreas, o presidente Luis Inácio lula da silva determinou que apenas a Aeronáutica fosse o canal de informação sobre a crise aérea e solicitou que o restante do governo não mais comente o problema.
Nesta sexta-feira, o presidente cobra pela oitava vez desde o início da crise aérea medidas urgentes. O ministro da defesa, Waldir Pires, irá se reunir com o presidente para uma avaliação da crise nos aeroportos brasileiros.
Rebeka Holanda
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