Controlo dos media no centro dos debates no Parlamento

Na sua “estreia” no Parlamento após ter sido eleito o presidente do CDS-PP, Paulo Portas propôs ontem (27)as medidas para o debate mensal -mais curto e mais frequente- princípios aceites por José Sócrates. O debate foi marcado pela troca de acusações entre oposição e Governo sobre controlo da comunicação social. No início o líder do PSD Marques Mendes acusou o Governo de ter um projecto de controlo dos media.

"O senhor tem um projecto de poder pessoal de controlo na comunicação social, na Justiça e nos centros de decisão económica", replicou Marques Mendes, classificando de "vergonhosa, um escândalo e uma promiscuidade" a nomeação de Pina Moura para a administração da Media Capital. Sócrates rejeitou as acusações e lembrou que a nomeação de Pina Moura foi feita por um grupo privado.

Também Paulo Portas levantou a questão da nomeação do socialista Pina Moura — que renunciará ao mandato de deputado mas ainda esteve, ontem, no hemiciclo — para a TVI, lembrando que a televisão é "um bem escasso e um bem público".

Como avança o Público.pt, José Sócrates respondeu , criticando o que disse a oposição serem «lamentáveis suspeições» lançadas pelos social-democratas sobre o assunto e recusando receber lições do PSD em matéria de controlo dos media. O primeiro-ministro lembrou ainda que Pina Moura abandonou todos os cargos partidários e renunciou ao mandato de deputado.

Marques Mendes devolveu as acusações e recusou igualmente receber lições «em matéria de coragem» do primeiro-ministro. «O senhor tem um projecto de poder pessoal de controlo na comunicação social, na justiça e nos centros de decisão económica», insistiu Marques Mendes, classificando como «vergonhosa, um escândalo e uma promiscuidade» a nomeação de Pina Moura.

Paulo portas em continuação se inquietou com a transformação de TVI. "Não faço juízos de valor (…) Mas se, porventura, depois da nomeação, a TVI se transformar em TVS, TV Socialista, pode contar da parte do CDS com um exercício de acção crítica e de impulso jurídico", prometeu Portas, avisando que a lei prevê a suspensão das licenças de televisão se estiver em causa a sua imparcialidade e pluralismo.

"Quando a TVI se transformar numa televisão parcelar e partidária, tenho a certeza que a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), e não o Governo, agirá", respondeu José Sócrates.
Já o coordenador da Comissão Política do BE pediu legislação urgente contra a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social.

"Um jornalista não é livre quando só existem quatro grupos de comunicação social. A opinião não é livre nesta situação", afirmou Francisco Louçã, estendendo as acusações de "apetite" do controlo da comunicação social a todos os últimos governos, incluindo o actual e os anteriores, de coligação PSD/CDS-PP.

Por outro lado, o PCP, pelo seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa, pediu ao primeiro-ministro para esclarecer se o Governo mantém o compromisso de referendar um futuro tratado constitucional europeu, uma questão que já tinha sido levantada pelo PSD.

"Queremos que seja uma ratificação por referendo", disse José Sócrates.

 Com Lusa

Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter

Author`s name Lulko Luba