O piloto Joseph Lepore, do jato Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol, causando a morte de 154 pessoas, afirmou que não desviou de sua rota de vôo em nenhum momento. Ele afirmou que o plano de vôo foi preparado pela Embraer e era traçado para viajar a 37 mil pés - mesma altitude do Boeing.
De acordo com o Fantástico, em depoimento à Gerência de Investigações Especiais do Mato Grosso, no dia seguinte do acidente, Lepore e o co-piloto, Jan Paladino, disseram que tentaram estabelecer contato com a torre de controle, em diversas freqüências diferentes.
Lepore também afirmou, em seu depoimento, que, após perceber que havia colidido em algo, tentou contato em um canal exclusivo para emergência, mas só conseguiu se comunicar com um avião de carga que passava pelo local, assim, sendo orientado a pousar na Serra do Cachimbo.
O piloto norte-americano disse que o jato possui um sistema anti-colisão, que não funcionou. Ele não mencionou nada sobre o transponder (uma espécie de radar da aeronave). Ele afirma que treinou 20 horas em uma simulação especial antes de pilotar o Legacy e já tinha cinco horas de vôo.
Paladino disse que tem uma cópia do plano de vôo traçado pela Embraer, e afirma que existe uma cópia na torre de controle de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
O co-piloto afirmou em seu depoimento que eles foram liberados pela torre de controle para seguir caminho. Eles mantinham a comunicação normal com Brasília, mas foram orientados a mudar de freqüência, perdendo o sinal.
Ele também falou que o equipamento parecia estar funcionando normalmente, pois o transponder respondia que tinha contato com os controladores de terra, porém, também disse que o sistema anti-colisão não funcionou.
Passageiro do jato, Harry Endell, gerente da Embraer, disse que o sistema anti-colisão foi testado antes do vôo e funcionou.
A Embraer não quis responder às declarações dos norte-americanos, ainda segundo o Fantástico.
O presidente Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que o jato não poderia voar a essa altitude, tendo que estar a 36 mil pés. Segundo a Anac, o plano de vôo não permitia que o Legacy voasse a 37 mil pés, tendo que rebaixar mil pés para não entrar em rota de colisão.
Zuanazzi também disse que é praticamente impossível que o plano de vôo estivesse errado, já que é feito por computador e autorizado pelo sistema.
Autoridades responsáveis pela investigação dizem que as respostas definitivas só virão com transcrição completa do diálogo e com a leitura dos instrumentos de bordo das duas aeronaves, segundo comunicou Terra.
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