Em Passo Fundo (Rio Grande do Sul, RS) após 16 horas de sessão,terminou na madrugada de hoje o julgamento de Adriano da Silva, de 28 anos, acusado pelo assassinato de um engraxate de 13 anos nesta cidade em março de 2003. O réu foi condenado a 21 anos e cinco meses de reclusão, informa Agência Estado.
Foi o primeiro julgamento de Silva pelas acusações de assassinato em série de crianças. Quando foi preso, em 2004, ele confessou ter matado 12 crianças na mesma região, durante os dois anos anteriores. No julgamento de ontem, ele surpreendeu ao se dizer inocente da morte do engraxate e admitir a autoria de um único crime.
Segundo informações do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o juiz Sebastião Marinho destacou, ao ler o veredicto, que o réu já havia sido condenado por um latrocínio na cidade de União da Vitória (PR), em 2001, e afirmou que "o comportamento frio e homicida" do condenado era "um risco à ordem pública".
Silva pegou 19 anos e seis meses por homicídio duplamente qualificado, que é caracterizado pelo meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, e um ano e 11 meses por ocultar o cadáver do engraxate, encontrado somente seis meses depois do crime. Ele retornou à Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, onde está preso desde 2004, para cumprir a pena em regime inicialmente fechado.
O júri acolheu por unanimidade as acusações do Ministério Público e, por sete votos a zero, rejeitou um laudo do Instituto Psiquiátrico Forense que considerava Adriano semi-imputável. A aceitação do laudo reduziria a pena de um a dois terços.
Apesar da condenação, o promotor de Justiça Fabiano Dallazen anunciou que recorrerá da decisão para que a pena do crime hediondo seja cumprida em regime integralmente fechado e não inicialmente fechado, como fixado na sentença.
Silva é acusado de oferecer dinheiro e presentes aos meninos para depois assassiná-los com golpes marciais e, em ao menos quatro casos, violentá-los. Formalmente, ele responde por oito mortes: cinco em Passo Fundo, uma em Lagoa Vermelha, uma em Sananduva e uma em Soledade.
No julgamento, Adriano admitiu aos jurados ter estrangulado e violentado sexualmente um menino de 13 anos que vendia picolés, em Sananduva.
De acordo com a Globonews, o réu havia confessado anteriormente o assassinato de outros 11 meninos, mas surpreendeu os presentes e voltou atrás na audiência desta terça-feira em Passo Fundo (RS), confessando apenas o assassinato de uma das vítimas. Adriano se disse inocente, alegando que só assumiu os crimes por ter sofrido pressão policial, inclusive com ameaças à sua família.
O réu responde formalmente pela morte de outros sete jovens e nos próximos meses será julgado pelos demais homicídios, todos ocorridos em cidades do interior gaúcho.
Conforme a lei penal brasileira, Adriano terá direito a um novo julgamento, já que foi determinada uma pena superior a 20 anos de reclusão em regime fechado.
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