Pesquisa Mensal de Emprego Fonte IBGE
Base: Junho de 2006
Em junho, taxa de desocupação fica em 10,4% e rendimento sobe 0,5%
A desocupação no conjunto das seis regiões metropolitanas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) continuou estável em junho (10,4%).
A alta de 0,2 ponto percentual na taxa de desocupação em relação a maio (10,2%) não denota variação estatisticamente significativa, segundo orientação metodológica da pesquisa. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, quando a taxa foi de 9,4%, o quadro foi de alta. O contingente de desocupados1 (2,3 milhões) ficou estável em relação maio, entretanto, na comparação com junho de 2005, foi registrada alta de 14,1%, ou seja, um aumento de aproximadamente 289 mil pessoas procurando trabalho.
A pesquisa revelou que, em relação a maio, foi registrado aumento na taxa de atividade (56,8%) de 0,5 ponto percentual. Este avanço na atividade é conseqüência, principalmente, do aumento significativo, observado pela primeira vez este ano, no contingente total de ocupados. Entretanto, o acréscimo no contingente de ocupados ainda não foi suficiente para dar início ao processo de queda na taxa de desocupação. De maio para junho deste ano, foram gerados aproximadamente 170 mil postos de trabalho no total das seis áreas pesquisadas, o que representa um aumento na população ocupada em torno de 0,9%.
Cabe ressaltar que a média semestral do nível de ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação a população de 10 anos ou mais) de 2006 (50,7%) não apresentou variação em relação a 2005. De janeiro para junho de 2006 foi observado um crescimento relativo (0,7%) da população ocupada inferior ao de janeiro para junho de 2005 (1,7%).
A pesquisa revelou, também, que pelo quinto mês consecutivo o rendimento médio real habitual da população ocupada apresentou crescimento. Estimado em R$ 1.033,50, este indicador registrou variação de 0,5% em relação a maio. Em um ano, o poder de compra da população ocupada cresceu 6,7%. No mesmo período, cresceu em 296 mil o contingente de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado nas seis regiões pesquisadas. Este contingente aumentou cerca de 3,7% em relação a junho de 2005.
No agregado das seis regiões, nenhum grupamento de atividade apresentou alteração significativa na comparação com maio último. Entretanto, na comparação anual, destaca-se o desempenho do grupamento de Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira, que apresentou crescimento de 7,7%.
Em relação a maio de 2006, foi observada estabilidade em todas as regiões. No confronto com junho de 2005, três regiões metropolitanas apresentaram alteração neste indicador: Recife (de 9,6% para 15,4%), Rio de Janeiro (de 6,9% para 8,8%) e Porto Alegre (de 7,1% para 8,2%).
Em relação ao mês anterior, PIA fica estável
Em junho de 2006, a PME estimou um contingente de aproximadamente 39,6 milhões de pessoas em idade ativa (pessoas de 10 anos ou mais de idade) para o conjunto das seis regiões metropolitanas. Em relação a maio, a estimativa ficou estável, mas na comparação com junho de 2005, o aumento foi de 2,0%, ou seja, um acréscimo de 789 mil pessoas em idade ativa. Na análise por sexo, constatou-se que as mulheres representavam, em junho de 2006, a maioria da população em idade ativa (53,4%), enquanto os homens, 46,6%. A população em idade ativa estava distribuída, segundo a faixa etária, da seguinte forma: 9,5% de 10 a 14 anos, 5,9% de 15 a 17 anos, 14,7% de 18 a 24 anos, 44,4% de 25 a 49 anos e a população de 50 anos ou mais representava 25,4%. O grupo de jovens de 16 a 24 anos, representava, em junho de 2006, 18,7% da PIA.
Em relação ao mês anterior, PEA cresce 1,1%
Em junho, o contingente de pessoas na força de trabalho foi estimado em 22,5 milhões, apresentando alta em relação a maio (1,1%). Na comparação com junho de 2005, foi registrado crescimento (2,7%), ou seja, 600 mil pessoas.
Regionalmente, na comparação com maio, foi constatada alteração no contingente de pessoas economicamente ativas, na Região Metropolitana de São Paulo (1,5%). Frente a junho de 2005, foi verificada variação nas regiões metropolitanas de Recife (8,8%), Belo Horizonte (5,5%), Rio de Janeiro (2,6%) e Porto Alegre (3,7%). Ainda em junho de 2006, os homens continuavam a representar a maioria da população economicamente ativa (54,8%).
Em relação ao mês de maio (56,3%), houve aumento da taxa de atividade (proporção de pessoas economicamente ativas em relação ao número de pessoas de 10 anos ou mais de idade) para 56,8%. Entretanto, não foi observada movimentação desta taxa em relação a junho de 2005 (56,4%).
Regionalmente, na comparação com o mês anterior, a taxa de atividade apresentou movimentação significativa apenas na Região Metropolitana de São Paulo (de 58,2% para 59,1%). Na comparação anual, foram verificadas alterações nas regiões metropolitanas de Recife (de 48,1% para 51,8%) e Belo Horizonte (de 56,9% para 58,7%).
Em relação ao mês anterior, PO cresce 0,9%
Em relação ao mês anterior, o contingente de ocupados apresentou crescimento de 0,9%, que representa mais 20,0 milhões em junhode 2006. No confronto com o mesmo mês do ano anterior, a população ocupada aumentou 1,6%.
Em relação a junho de 2005, o primeiro sinal de crescimento no contingente de ocupados foi verificado nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (5,4%) e Porto Alegre (2,5%). No confronto com maio de 2006, não foi registrada variação significativa no número de pessoas ocupadas em nenhuma das regiões metropolitanas investigadas.
Na comparação mensal, o nível da ocupação2 (50,9%) teve um aumento de 0,3 ponto percentual. Já em relação a junho de 2005, o quadro foi de estabilidade nesta estimativa. Regionalmente, na comparação mensal, o quadro foi de estabilidade em todas as regiões e, em relação a junho do ano passado, a Região Metropolitana de Belo Horizonte registrou expansão no nível da ocupação (1,5 ponto percentual).
Análise dos resultados com relação aos principais grupamentos de atividade.
Indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água, 17,1% da população ocupada. No total das seis regiões, em ambas as comparações, o contingente de ocupados deste grupamento apresentou estabilidade. O mesmo foi registrado em nível regional.
Construção, 7,1% da população ocupada. No total das seis regiões, em ambas as comparações, o contingente de ocupados deste grupamento apresentou estabilidade. O mesmo foi registrado em nível regional.
Comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis, 19,6% da população ocupada. O contingente de ocupados deste grupamento de atividade manteve-se estável tanto em relação a maio de 2006 quanto em relação a junho de 2005. O mesmo foi registrado em nível regional, com exceção para Região Metropolitana de Recife, que cresceu 7,8% em relação a junho do ano passado.
Serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira, 14,2% da população ocupada. O contingente de ocupados deste grupamento de atividade manteve-se estável em relação a maio de 2006 e apresentou crescimento de 7,7% em relação a junho de 2005. Em nível regional, não foi registrada movimentação neste grupamento, em relação a maio último. No confronto com junho de 2005 foi verificada alteração nas Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro (8,5%), São Paulo (8,0%) e Porto Alegre (10,5%).
Educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social, 15,9% da população ocupada. No total das seis regiões, em ambas as comparações, o contingente de ocupados deste grupamento apresentou estabilidade. No âmbito regional, frente a maio, foi constatada estabilidade em todas as regiões pesquisadas. Na comparação anual foi registrada alta na Região Metropolitana de Belo Horizonte (10,4%).
Serviços domésticos, 8,2% da população ocupada. O contingente de ocupados deste grupamento de atividade manteve-se estável em ambas as comparações. O mesmo foi registrado em nível regional.
Outros serviços (alojamento, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais), 17,2% da população ocupada. O contingente de ocupados deste grupamento de atividade não se alterou em ambas as comparações. No enfoque regional, na comparação mensal, o quadro foi de estabilidade e em relação a junho de 2005 a Região Metropolitana de Belo Horizonte registrou alta de 11,7%.
Análise da forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho.
Empregados COM carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos, militares, funcionários públicos estatutários e outros), 41,2% da população ocupada. Em relação a maio de 2006, o contingente de trabalhadores nesta forma de inserção no mercado de trabalho apresentou estabilidade. Frente a junho do ano passado, ocorreu variação de 3,7%, ou seja, aumento de aproximadamente 296 mil pessoas trabalhando com carteira de trabalho assinada. Na análise regional, com vistas à comparação mensal, verificou-se estabilidade em todas as regiões pesquisadas. Em relação a junho de 2005, constatou-se variação nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (6,2%) e São Paulo (4,8%).
Empregados SEM carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos, militares, funcionários públicos estatutários e outros), 14,6% da população ocupada. Esta estimativa apresentou estabilidade em relação a maio e declínio em relação a junho de 2005 (-4,7%). No contorno regional, na comparação mensal, a Região Metropolitana de Salvador registrou elevação de 9,6%. Na comparação anual, registrou-se movimentação positiva na Região Metropolitana de Salvador (11,9%). São Paulo registrou movimento inverso (-7,8%).
Trabalhadores por conta própria, 19,2% da população ocupada. Foi verificada estabilidade no contingente de trabalhadores nesta forma de inserção nas comparações mensal e anual. Na esfera regional, o quadro foi de estabilidade em todas as regiões na comparação mensal. Na comparação com junho de 2005 foi observada elevação na Região Metropolitana de Porto Alegre (11,6%).
RENDIMENTO MÉDIO REAL3
Em junho, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE foi estimado em R$ 1.033,50, apresentando aumento de 0,5% em relação a maio último. Na comparação com junho de 2005, o quadro também foi de recuperação (6,7%).
Em relação a maio, houve recuperação em Recife (3,6%) e no Rio de Janeiro (2,2%). Salvador (-0,4%) e Porto Alegre (-1,6%) registraram retração e as demais regiões apresentaram estabilidade.
Na comparação anual, houve recuperação do poder de compra em todas as seis regiões: Recife (12,9%), Salvador (3,9%), Belo Horizonte (4,3%), Rio de Janeiro (7,4%), São Paulo (8,1%) e Porto Alegre (2,4%).
Rendimento das categorias de posição na ocupação na comparação MENSAL.
No rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, foi verificada estabilidade com o rendimento médio sendo estimado em R$ 1.045,10. Nas regiões metropolitanas de Salvador (2,2%), Belo Horizonte (4,1%) e Rio de Janeiro (1,1%) houve recuperação no rendimento. Nas regiões metropolitanas de Recife (-3,0%), São Paulo (-1,0%) e Porto Alegre (-0,5%) o quadro foi de declínio.
No rendimento dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, foi assinalada variação positiva no rendimento médio, estimado em R$ 673,90 em junho de 2006 ante R$ 634,63 em maio de 2006 (variação de 6,2%). Nas regiões metropolitanas de Recife (8,3%), Salvador (10,6%), Rio de Janeiro (1,3%) e São Paulo (10,4%) o quadro foi de ganho nesta estimativa. Belo Horizonte (-2,1%) e Porto Alegre (-3,5%) registraram declínios.
No rendimento da categoria dos trabalhadores por conta própria, houve variação negativa de 1,8%, com o rendimento médio passando de R$ 822,60 para R$ 807,80. As regiões metropolitanas de: Salvador (-5,5%), Belo Horizonte (-3,5%), São Paulo (-4,3%) e Porto Alegre (-1,4%) registraram perda. Enquanto as regiões metropolitanas de Recife (2,0%) e do Rio de Janeiro (2,6%) apresentaram ganho no rendimento.
Rendimento das categorias de posição na ocupação na comparação ANUAL
O rendimento dos empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, estimado em R$ 1.045,10 apresentou recuperação de 5,5% em relação a junho de 2005. Os trabalhadores das regiões metropolitanas de Recife (6,1%), Salvador (5,6%), Belo Horizonte (1,3%), Rio de Janeiro (8,9%), São Paulo (5,9%) e Porto Alegre (2,0%) registraram ganho no rendimento.
A categoria dos empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado apresentou recuperação do rendimento de 3,9%, passando de R$ 648,70 para R$ 673,90. Os trabalhadores das regiões metropolitanas de Salvador (1,9%), Rio de Janeiro (16,1%) e São Paulo (4,8%) tiveram recuperação no rendimento. Nas Regiões Metropolitanas de Recife (-5,9%) e Belo Horizonte (-4,2%) foi verificada perda no rendimento. Porto Alegre manteve-se estável.
Na categoria dos trabalhadores por conta própria, o rendimento apresentou recuperação de 8,2%, passando de R$ 746,42 para R$ 807,80. Foi registrada recuperação nas regiões metropolitanas de: Recife (15,4%), Belo Horizonte (12,9%), Rio de Janeiro (7,4%), São Paulo (6,0%) e Porto Alegre (20,4%). Apenas a região metropolitana de Salvador apresentou declínio de 1,5%.
Análise do Rendimento Médio dos trabalhadores por Grupamento de Atividade.
Na comparação com maio de 2006, verificou-se:
alta no rendimento médio real habitual dos trabalhadores dos seguintes grupamentos de atividade: construção (3,5%); serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação (0,4%); serviços domésticos (3,8%) e outros serviços (1,1%).
queda no rendimento médio real habitual dos trabalhadores nos seguintes grupamentos: comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (-1,2%) e educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (-1,0%).
estabilidade no rendimento médio real habitual dos trabalhadores no seguinte grupamento: indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água.
No confronto com junho de 2005, verificou-se:
alta no rendimento médio real habitual dos trabalhadores nos grupamentos de atividade: indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (7,3%), construção (12,9%), comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (1,0%), serviços prestados à empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação (5,7%), educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (7,4%), serviços domésticos (8,7%) e outros serviços (3,1%).
1Foram classificadas como desocupadas por não estarem trabalhando, estarem disponíveis para trabalhar na semana de referência e terem tomado alguma providência efetiva para conseguir trabalho nos trinta dias anteriores à semana em que responderam à pesquisa.
2 (Proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade ativa).
3Rendimento habitualmente recebido
Arquivos oficiais do governo brasileiro estão disponíveis aos leitores.
Prof. Dr. Ricardo Bergamini
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