Coordenadora do observatório, Paula Montagner afirma que o número pode representar um aumento significativo em relação ao ano passado, quando foram gerados 1,25 milhão de empregos com carteira assinada.
Em entrevista à Rádio Nacional, Paula Montagner fez uma análise sobre os três segmentos que se destacaram na criação de empregos nos últimos três anos.
Segundo ela, nesse período, o setor industrial gerou 860 mil postos de trabalho, parte deles na indústria de alimentos processando a matéria prima que saiu do campo, tanto para exportação como para consumo interno.
Outro segmento de destaque é o setor de vestuário e têxtil, que tem a característica predominante de atender ao mercado interno, mas vem registrando um interesse cada vez maior sobre a moda brasileira no exterior. O terceiro setor analisado pela coordenadora do ministério é o de serviços e, dentro dele, o destaque é para o comércio.
"De longe o segmento que mais emprega é o comércio varejista, porque quando aumenta o número de emprego e a renda, as pessoas precisam comprar e o comércio varejista é um tipo de serviço distribuído em todo o país", disse Paula Montagner.
De acordo com ela, a maioria dos trabalhadores está na formalidade (54%), enquanto os demais trabalham por conta própria, em pequenos empreendimentos agrícolas, como empregado doméstico ou junto a parentes em pequenos negócios, às vezes, até sem rendimentos. "Temos uma condição diferente de outros países e muito espaço para crescer", avaliou.
Na análise de Paula, outro fator que chama atenção é que, hoje, concorrer no mercado externo significa cada vez mais ter qualidade e competitividade sem utilizar meios considerados predadores da condição humana.
"Ninguém quer comprar produtos que foram fabricados com base em trabalho escravo. Isto é um incentivo para que os empregadores formalizem os seus empregados."
As informações sobre a geração de empregos constam do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), criado em 1992, para receber dados sobre demissões e admissões pelas empresas e analisar, entre outros itens, quantos meses o trabalhador esteve empregado para ver se ele é habilitado para o seguro desemprego.
Os dados têm que ser repassadas até o sétimo dia útil do mês seguinte. Eles incluem informações sobre o setor de atividade onde esta localizada a empresa, quantas pessoas foram admitidas e quantas demitidas e quais são os salários.
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