A dívida externa brasileira teve seu valor reduzido em US$ 10 bilhões, segundo levantamento divulgado hoje (18) pelo Tesouro Nacional. O total da dívida passou de US$ 75,9 bilhões, em dezembro, para US$ 65 bilhões, uma redução de 14%. O principal motivo foi o resgate de US$ 6,6 bilhões de títulos, segundo o secretário-adjunto do Tesouro, José Antonio Gragnani.
Somando outros US$ 3,6 bilhões que já foram recomprados pelo Banco Central, o programa conseguiu abater US$ 10,2 bilhões de um total de US$ 20 bilhões previstos até o fim do ano. Quando considerados os juros que seriam pagos, a economia no serviço da dívida é de US$ 14,7 bilhões. A operação faz parte do programa de recompra de títulos da dívida com vencimento até 2010.
Os títulos resgatados foram os de tipo Brady batizados assim por terem sido emitidos como parte de um plano de Nicholas Brady, secretário de Tesouro dos Estados Unidos em 1989. O chamado Plano Brady era uma forma do governo dos Estados Unidos apoiar a renovação de títulos dos governos latino-americanos que haviam feito uma moratória de sua dívida externa entre eles, Brasil e México. "Dessa forma, o estoque da dívida externa fica praticamente empatado com o volume de reservas internacionais que nós temos", observou Gragnani. Embora haja expectativa de melhora na apreciação das agências de classificação de risco sobre o Brasil, o secretário do Tesouro Carlos Kawall disse que não basta essa "faxina" para o país adquirir o cobiçado "grau de investimento", que dá sinal verde para empresas internacionais investirem.
"O grau de investimento não depende só desse ponto. A vulnerabilidade e o câmbio já foram eliminados. O desafio agora é sobre o perfil da dívida interna", comentou o secretário, ao afirmar que as agências de risco apresentam, em seus relatórios, preocupação referente às altas taxas de juros. Para recomprar os Bradies, o governo utilizou US$ 5,7 bilhões das reservas internacionais brasileiras e US$ 840 milhões já haviam sido adquiridos pelo Tesouro Nacional no mercado.
PT
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