Do jeito que o Reginaldo Rossi fala, «O dia chegou»...na sexta 10 de Outubro das 10 ás 13 h no Edifício Mercosul, localizado na orla montevideana do bairro Parque Rodó o Marcos Vinícius Pratini de Moraes foi o único palestrante internacional dos quatro que participaram do evento organizado pelo IICA Instituto Inter-Americano de Cooperação da Agricultura www.iica.org.uy
A divulgação no IICA fica por conta da Rosana Dellazoppa que com ampla experiência no ambiente teve a responsabilidade mais uma vez no evento que acabou de encerrar no início da tarde da sexta retrasada.
Quanto aos palestrantes uruguaios são todos eles extremamente conhecidos no segmento e após a palestra central do Pratini de Moraes, chegou a hora da empresária do setor do gado, Patricia Damiani, logo do Eng°. Agr. Álvaro Lapido com crachá de Vice-Presidente da Conaprole e o Eng. Álvaro Simeone como pesquisador da Faculdade de Agronomia que fora ter contribuído com conceitos bem mais que interessantes e tendo ganho o número quatro na fileira de palestrantes, acabou confirmando muitos assuntos jogados acima da mesa pelos colegas.
Quanto teve a ver com a Patricia Damiani, vestida de vermelho porém cativando o olhar do público que lotou as 400 e tantas cadeiras-poltronas do Salão dos Plenários conseguiu o bate-palmas do pessoal participante pelo conteúdo do discurso mas é bom salientar que começou criar sua fama mostrando sua cara do lado do pai e ex-Presidente do Clube Atlético Peñarol, o Contador José Pedro Damiani (falleceu o 25 de Agosto de 2007) que já faz parte da história uruguaia moderna, pois falava-se do Contador e o Uruguai todo sabe que trata-se do «Velho» Damiani.
Só um comentário que da para conhecer bem melhor o estilo do Contador. Sendo ainda estudante de Economia na Universidade uruguaia e o dia do último exame, fala-se que o José Pedro Damiani, na hora do toque da campainha final, entregou a papelada para a banca de professores tendo assinado a tarefa do lado de um carimbo que ele tinha levado no bolso com o conteúdo a seguir:
«José Pedro Damiani Contador Público». Quem sabe se é mesmo realidade mas o jeito de ser do Contador faz a história no mínimo provável.
Mais uma da Patricia Damiani...ela é irmã do Juan Pedro Damiani, Coordenador Geral do Peñarol, sendo os dois torcedores e tanto do time mas tem alguém que está querendo que ela torça pelo Nacional de Montevidéu, o Vice-Presidente da República, Rodolfo Nin Novoa que agora é o cara-metade da empresária, indo na procura da Patricia assim que o evento acabou.
Mais quinze minutos depois foi o Eng°. Agr. Álvaro Lapido, Diretor da famosa Conaprole uruguaia (Companhia Nacional de Produtores de Laticínios www.conaprole.com.uy) quem ficou na frente do microfone principal falando um bocado de assuntos interessantes mas salientou que no maravilhoso doce de leite Conaprole tem muito a ver os chineses, os argentinos mas são extremamente importantes os brasileiros que vestem o produto acabado com terno requintado: o açúcar, o frasco de vidro e a tampa de latão. Este correspondente andando pela cidade de Sampa no início do século, lembra-se ter encontrado cinco caminhões com a logomarca da empresa muito perto do Córrego do Jaguaré quase do lado do Ceagesp e do Parque Vila-Lobos. Foi o tempo que a Conaprole estourou no mercado brasileiro.
As palestras tiveram como abertura o discurso do Marcos Vinícius Pratini de Moraes, quem salientou que aquele negócio da «vaca-louca» foi marcante. Daí para frente tudo virou MKT.
Ele adorou o novo carimbo uruguaio de MKT, «Uruguai Natural», pois acha que exprime o conceito «naturalmente orgânico».
O palestrante remarcou logo que Brasil vende carne para 187 mercados mas acabou se perguntando porquê o Brasil e o resto dos exportadores de carne procuram entrar nos pequenos mercados européios que colocam inúmeros «regulamentos» para importar?
Ficamos o dia todo tentando vender contra-filê, filê-mignon e picanha na Europa tendo na outra beira os países emergentes que são muito atraentes e até bem mais simples de conquistar, salientou o Pratini de Moraes.
Nessa de homem de MKT, o Pratini de Moraes nunca conseguiu imaginar porque ficamos de olho na alta sociedade que coloca «barreiras» sempre na hora de comer carne pois «odeia» a gordura e fica á par das «trans», fazendo tudo bem mais difícil.
Os chineses começaram consumir leite e queijo, e daqui a pouco doce de leite, acrescentou logo o Pratini de Moraes, quem conseguiu tirar o primeiro sorriso do público, na hora do comentário do doce de leite. Os indianos formam parte de um mercado maravilhoso.
Mais logo o Pratini de Morais falou do «valor agregado», confirmando que teríamos que fazer um grande esforço para conseguir esse tal valor agregado. Colocou um exemplo ao dispor dos ouvintes. A leite brasileira Moça, é leite, açúcar e a lata...esse é o valor agregado.
O palestrante destaque também confirmou que mesmo que o Brasil e a Austrália estão na liderança das exportações de carne, o Brasil possui uma grande vantagem pois vende a maior porção no mercado interno, querendo agora tirar maiores benefícios fora da divisa, colocando mais um 20% em dólares no bolso tendo produzido o 16% á menos.
Alguns minutos depois ele caiuacima do assunto tecnologia e o investimento que precisa-se fazer neste segmento. O problema não é obter torneios de volume que é muito simples, nós no Mato Grosso temos fazendas com 150 mil cabeças, confirmou o Pratini de Moraes.
Na hora das estadísticas, o Pratini de Moraes salientou que o Brasil, Argentina e Uruguai são parte de uma turma exportadora que alcança o 45% dos números do mundo inteiro e caso considerarmos o Paraguai aumenta para o 47%, o seja, no eixo da metade das exportações mundiais.
Tendo «decolado» uns 25 minutos antes, o Pratini de Moraes vestido de piloto de avião, fez fazer pouso o termo «commodities» no Salão.
Foi a hora dos «reclamos com raiva» !! Embora termos café no Brasil, o preço carimbava-se em Nova Iorque e não no Brasil, Eles compravam, nós não vendemos nada !!
Aliás, ele salientou que teríamos que valorizar bem mais os nossos produtos. Por enquanto, faz alguns anos achou «ruim» encontrar a famosa água mineral Perrier vinda da França na mesa de uma reunião no Hotel Alvear de Buenos Aires. Até água da Geórgia temos !! Aí nasceu o segundo grande sorriso da «população» do Salão.
Tentando aprofundar estes conceitos e querendo fazer refletir todos lá, o Pratini de Moraes disse que logo ter «brigado» bastante com a Bernardet Chirac faz alguns anos, ele conseguiu fazer um churrasco brasileiro gostoso (3 toneladas de carne) em Paris, convidando diplomatas de todos os países, deputados, senadores, donos de hotéis, de restaurantes e empresários em geral pois acredita que é esse churrasco com farofa, sem esquecer da «caipirinha» o grande embaixador do Brasil. Acabou dizendo que churrasco e caipirinha é MKT !!
Sempre tentando fazer refletir, o Pratini de Moraes, falou que comer «lesmas» francesas é chique mas caso forem brasileiras que sabe se alguém ia comer.Porém lesmas francesas é MKT !!
Os italianos vendem a água São Peregrino pelo mundo inteiro e os franceses á sua Perrier. Por enquanto se alguém quer aprofundar neste negócio do MKT é só entrar em contato com italianos e franceses pois se conseguem vender água, vendem tudo.
Já no eixo de meio-dia o Pratini de Moraes, confirmou que um produto do berço dos EUA, vendia-se 6500 euros e o custo de matéria prima foi apenas 300. Estão querendo tirar conclusões? A diferença é o famoso MKT !! Anúncios nos jornais e revistas são parte desses 300.
Temos que estimular os novos cérebros. Eu não gosto Mac Nada, prefiro picanha sempre e montando nosso próprio MKT, lembrou logo o Pratini de Moraes.
Na hora das lembranças, foi a vez de Roma e também daquele terceiro sorriso dos ouvintes no Salão pois lembrou-se de mais um churrasco organizado na capital italiana para 400 pessoas no qual participaram três ministros do Papa, no qual houve carne da melhor, música brasileira e «caipirinha» que todos experimentaram e gostaram.Foi um sucesso !! MKT é esse, o resto como são anúncios é simplesmente divulgação. Desafio sem tecnologia não existe, acabou refletindo o Pratini de Moraes.
Sorridente falou assim: Em 1986 o Brasil importava carne de Chernobyl e agora somos nós o grande país exportador.
Fica claro que temos que investir muita grana em genética tentando abaixar a idade do reprodutor de dois para um ano e aumentando a produção de carne por hectárea além de atingir o próximo degrau «intitulado»: Semi-Confinamento.
O Pratini confirmou que faz três semanas ele assumiu mais um cargo no Conselho Empresário Latino-America no Capítulo Brasil. Além disso perguntou quando iam se fundar instituições que o Mercosul vai precisar? Salientando logo que a «Banda Oriental» é uma terrinha misturada quanto é a sua do Rio Grande do Sul.
Quase no finalzinho começou lançar frases em cachoeira:
A hora é agora Protejam nossas exportações As empresas teriam que receber grana para investimentos quase como padrão A crise atual vai continuar mas o Brasil tem bons equipamentos O mundo post crise vai ser diferente, enfiando nos países emergentes e também no Mercosul Temos a última fronteira agrícola do mundo Também o maior lugar fornecedor de alimentos tanto o Brasil quanto o Mercosul - As reservas do Banco de Desenvolvimento do Brasil é o duplo que as do Banco Mundial.
Na hora da despedida, remarcou que: há coisas importantes: JUÍZO e SORTE !!
Se quiser maiores informações de aquilo que aconteceu nas palestras pode conferir no site do ICCA pois o arquivo com o áudio ia ser inserido segundo os comentários da organização.
O coordenador dos discursos e quem veiculizava as perguntas do público para os quatro destaques foi o Nicolás Lussich da Seragro, um dos apoios do evento (www.seragro.com.uy).
O Marcos Vinícius Pratini de Moraes, é Economista da Universidade do Rio Grande do Sul tendo alcançado o cargo de Ministro da Fazenda, Planejamento e Coordenação Geral, Indústria é Comércio, da Agricultura e Alimentos. Também foi Presidente da ABIEC (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes Brazilian Beef Exporters Association) e continua participando da Diretoria. Á partir de 2007 é membro da Diretoria da JBS S.A.Group.
Na primeira fileira, encontravam-se o Embaixador do Brasil, Dom José Eduardo M. Felício e o Secretário de Comércio da Embaixada, Sr. Almir Lima do Nascimento que na hora que o evento é importante eles participam sempre.
Um coquetel no Salão dos Presidentes do Edifício Mercosul acabou encerrando o evento até duas e tantas da tarde.
Correspondente PRAVDA.ru
Gustavo Espiñeira
Montevidéu Uruguai
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