O Estado do Rio de Janeiro fechou o primeiro semestre com exportações recordes de US$ 7,769 bilhões, um crescimento de 31,5% sobre o mesmo período do ano passado. O aumento do valor exportado foi impulsionado pela alta de 56,2% nos preços em relação ao mesmo período do ano passado, provocada principalmente pelas cotações das commodities. As importações, por sua vez, cresceram em ritmo superior, acumulando US$ 6,371 bilhões, com avanço de 53,3%. O saldo da balança comercial no período ficou positivo em US$ 1,397 bilhão. Os dados estão no boletim Rio Exporta, divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A expansão do comércio exterior fluminense segue acima da média nacional de 26%, com quase 35% de aumento nos últimos 12 meses. O Rio respondeu em junho por 10,9% de todas as exportações do país, número que reverte a forte desaceleração provocada pela greve da Receita Federal entre março e maio.
No mês de junho, em relação ao mesmo mês do ano passado, as exportações chegaram a US$ 2,029 bilhões, e as importações, ao valor recorde de US$ 1,413 bilhão, deixando um saldo de US$ 615,1 milhões (alta de 261,8%). A pauta de produtos básicos foi responsável por 64,8% desse total, e os bens manufaturados por 28,1%. O petróleo registrou a maior alta de vendas, com 226,8% em relação a junho do ano passado, quando problemas em plataformas prejudicaram o resultado do setor. As vendas externas do produto chegaram ao valor de US$ 1,597 bilhão no mês e superaram a barreira histórica de US$ 10 bilhões no acumulado de 12 meses.
Depois do petróleo, óleos combustíveis se destacaram com aumento de 147,5% na receita cambial, compondo o avanço de 224% da indústria Extrativa Mineral. Entre os demais setores, sobressaíram a indústria Química (46%), de Borracha (45,2%) e de Material de Transporte (9,3%). As únicas quedas foram na indústria Metalúrgica (-60,1%) e na Mecânica (-24,3%).
As importações de junho praticamente dobraram em relação ao mesmo mês no ano passado (98,2%). Apenas combustíveis registraram aumento de 213,6% nas compras, sendo responsáveis por 39,1% do valor total. Mas o crescimento foi generalizado, com destaque para a indústria Metalúrgica (120,6%), Mecânica (62,7%) e Química (50,1%). Os bens de consumo duráveis, como automóveis, caminhões e ônibus (200,2%), pesaram bastante nesses números.
O principal destino das exportações, tanto no mês de junho como no acumulado do ano, foram os Estados Unidos, ficando com US$ 760 milhões no mês e US$ 2,036 bilhões ao longo de 2008, graças principalmente a petróleo e gás natural. No caso das importações, além dos EUA aparece a Arábia Saudita, cada um com 19% das compras do Rio (em torno de US$ 1,2 bilhão) neste ano.
Preços favorecem desempenho
A alta de preços fez com que o valor exportado do Rio de Janeiro crescesse mesmo com uma queda de 16,8% no volume vendido. As maiores altas foram em Artigos Plásticos (105,6% no primeiro semestre) e na Extrativa Mineral (85,7%), as duas vinculadas à cotação do petróleo. No setor de Agropecuária e Extrativa Vegetal, responsável em grande parte pelo surto inflacionário mundial, o aumento ficou em 51,2%.
A quantidade exportada no semestre teve um comportamento bastante diferenciado entre os setores. A maior alta ficou com a indústria de Madeira (190,3%). Produtos Alimentares vêm em seguida, com 62,6%. A maior queda aconteceu na Agropecuária e Extrativa Vegetal (-77,6%), já que a produção vem sendo direcionada para o mercado interno. O mesmo fenômeno ocorreu com a indústria Metalúrgica, que caiu 54,9%.
Sistema Firjan
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