Segundo os dados revelados ontem (14) pelo Banco Mundial, sem petróleo, o Moçambique foi o país africano que cresceu de forma mais diversificada e sustentada na década até 2005, seguido de perto por São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, noticia Lusa, citada pelo Diário Dogital.
Com um crescimento médio de 8,3% entre 1996 e 2005, Moçambique supera Ruanda (7,6%), São Tomé (7,1%) e, também, Botsuana e Uganda, na lista das economias «diversificadas».
As «economias diversificadas» são um dos agrupamentos em que o Banco Mundial dividiu os países do continente africano, na análise feita de perto de 25 anos de informação estatística.
Os outros dois agrupamentos são de «economias petrolíferas» e «economias de baixo crescimento».
No mesmo período, Cabo Verde registou um crescimento médio de 5,8%, a sexta economia «diversificada» que mais cresceu.
Moçambique alcançou um crescimento muito próximo do de Angola - 8,5% na década - que foi a terceira economia petrolífera com maior aumento do PIB, atrás do Chade (9%) e da Guiné Equatorial (30,8%).
Registando um crescimento médio do PIB de 0,47% entre 1996-2005, a Guiné-Bissau surge como um dos países pior colocados no grupo dos que menos cresceu, que é liderado pela Zâmbia (3,8%) e Guiné-Conacri (3,7%).
A Guiné-Bissau regista um abrandamento constante do crescimento económico, de 3,8% no período 1980-89 para menos 0,5% entre 2000 e 2005.
Também a economia de Cabo Verde tem vindo a travar, de 6,3% na década de 80 para 4,7% nos últimos cinco anos, período em que Angola e Moçambique atingiram o «pico» do seu crescimento nos últimos 25 anos, respectivamente para 9,9% e 8,4%.
Os dados divulgados pelo Banco Mundial indicam que o crescimento médio anual no continente sub-saariano tem vindo a acelerar continuamente, de 1,8% na década de 80 para 2,4% na de 90 e 4,4% nos cinco anos até 2005.
«Muitas economias africanas parecem ter mudado de rumo e podem estar a entrar num caminho de crescimento económico mais rápido, necessário para reduzir os elevados níveis de pobreza», afirma o Banco Mundial no relatório hoje divulgado.
«A performance económica robusta de África na década 1995-2005 contrasta acentuadamente com o colapso económico de 1975-1985 e a estagnação de 1985-1995. Diversificar e sustentar o crescimento no futuro pode ser alcançado através da aceleração da produtividade e aumento do investimento privado», considera.
Para isso, adianta, é necessária «melhoria do clima de negócios e das infra-estruturas, bem como estimular a inovação e criar capacidade institucional».
Os dados das últimas décadas de desenvolvimento económico em África indicam uma volatilidade do crescimento, e custos indirectos de exportação (entre 18% e 35% dos custos totais) muito superiores ao do resto do mundo, que comparam com 8% na China, por exemplo.
«As empresas africanas eficientes podem concorrer com chinesas ou indianas em temos de custos de fábrica, mas tornam-se menos competitivas devido aos maiores custos indirectos de negócios, incluindo infra-estruturas», afirma o relatório.
Estima-se que as necessidades actuais de infra-estruturas no continente impliquem custos anuais de 22 mil milhões de dólares, cerca de 5% do PIB.
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