Reforçar o combate ao VIH em Angola

Reforçar o combate ao VIH em Angola

UNICEF e FNUAP apoiam revisão do plano estratégico da juventude para reforçar o combate ao VIH em Angola

LUANDA, 28 de Fevereiro de 2012 - Numa altura em que regista-se em Angola nos últimos nove anos, um aumento do número de pessoas vivendo com o VIH em cerca de 43%; 140,000 em 2001 para 200,000 em 2010, o Governo vai reforçar a prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis e VIH/SIDA no seio da juventude.

Nos dias 28 de Fevereiro a 2 de Março do corrente ano, responsáveis sénior do Ministério da Juventude e Desporto (MINJUD), representantes das direcções províncias, parceiros do Governo, da sociedade civil e das agências da ONU vão reunir-se em Luanda na casa da Juventude de Viana, num workshop sobre Planeamento Estratégico, para discutir sobre como contribuir para o aumento dos conhecimentos e a adopção de práticas seguras com relação às doenças sexualmente transmissíveis (ITS) e VIH-SIDA no seio dos desportistas, adolescentes e jovens.

"A maioria dos jovens não domina os conhecimentos básicos que lhes protege do VIH/SIDA. Este encontro representa uma oportunidade para se definir acções e evoluir-se para uma comunicação mais eficaz ao nível dos indivíduos, grupos e redes comunitárias." Disse Koenraad Vanormelingen, Representante do UNICEF Angola. "Temos de ser mais proactivos, envolver os jovens e fazer recurso as novas tecnologias com mensagens apropriadas "

Os jovens constituem o grupo populacional mais vulnerável, atendendo ser a camada da população sexualmente mais activa. De acordo com os dados do IBEP (Inquérito de Bem-Estar da População) é neste grupo onde se regista o maior índice de relações sexuais múltiplas, cerca de 70%; baixo índice do uso do preservativo em relações sexuais ocasionais, cerca de 45% e baixa adesão ao aconselhamento e testagem, na ordem dos 12%.

Cerca de 55% dos jovens em Angola não têm conhecimentos de como se proteger do VIH, particularmente as raparigas pobres e das zonas rurais. Apenas 29% dos jovens mais pobres têm conhecimentos suficientes sobre o VIH, comparado a 67% dos jovens com maior rendimento e somente 16% dos jovens sem escolarização têm informação correcta sobre o VIH, comparado a 71% dos jovens que terminaram o ensino secundário.

Além disso, existem grupos com comportamentos de alto risco, como trabalhadoras de sexo, homens que têm sexo com homens, camionistas, toxicodependentes etc., que exigem estratégias claras de actuação, sobre pena de contribuírem para a expansão da epidemia para o resto da população. 

Ao apoiar a revisão do plano estratégico da juventude, UNICEF e o FNUAP esperam que o Governo de Angola venha a fortalecer o diálogo intersectorial; defina acções práticas para a promoção de conhecimentos, comportamentos, atitudes e práticas relacionadas às ITS´s e VIH/SIDA entre os adolescentes e jovens, e garanta o acesso aos serviços de assistência às pessoas vivendo com o vírus do VIH, incluindo a terapia anti-retrovirais (ARV).

" Reconhecemos que as necessidades dos jovens são diversas e estão relacionadas também com a promoção dos direitos sexuais e reprodutivo", disse o Representante do FNUAP em Angola, Kourtoum Nacro. "Esperamos que estes aspectos estejam reflectidos no Plano Estratégico e que seja tida uma visão de "saúde integral" de forma a contribuir para construir um estilo de vida saudável para os jovens angolanos".

O VIH e SIDA, apesar da relativa baixa prevalência de 1.9% na população angolana, é uma doença crónica que tem um grande impacto no bem-estar da população e no desenvolvimento do país, devido os elevados custos para o tratamento.

Para combater esta epidemia é necessário promover as habilidades dos, jovens reforçar o acesso adequado e atempado à informação e ao teste, e o uso do preservativo.


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey