Radiação ultravioleta atinge índice extremo no país

Radiação ultravioleta atinge índice extremo no país

Mais da metade dos brasileiros colocam a visão em risco no sol. Aprenda identificar óculos com filtro.

  

Em 2019 a camada de ozônio, filtro natural que protege a terra dos raios ultravioleta (UV) emitidos pelo sol, teve o menor buraco já registrado, segundo informação da NASA publicada no portal da OMM (Organização Mundial de Meteorologia). Nem por isso, você pode relaxar na proteção de seus olhos. Isso porque, para os cientistas o buraco de ozônio não está a caminho de uma rápida recuperação. Prova disso é a previsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais de radiação UV extrema, maior que 11,  em todo o país. Pior. Em plena primavera a deve permanecer assim até o final desta semana, mesmo nas cidades em que a chance de chuva é grande,

  

Dias nublados também exigem proteção

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é usar lentes que filtrem 100% da radiação UV sempre que o índice atingir 6. Significa que praticamente durante o ano todo o brasileiro deveria usar óculos com filtro solar nas atividades externas. "Nos dias nublados, a proteção continua necessária porque as nuvens só filtram 20% da radiação", salienta.

  

Maioria não protege os olhos

O problema é que um levantamento feito pelo especialista, mostra que só 41% dos pacientes  têm hábito de proteger os olhos durante o ano todo. Como se não bastasse, relatório do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), revela que em 2018 foram vendidos  R$ 4,7 bilhões em óculos solares no mercado paralelo. "Estes óculos nem sempre têm filtro. Participei  uma comissão no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) em que avaliamos seis diferentes marcas de óculos, incluindo popular. Todas as lentes estavam em conformidade com a proteção  UV. Já a análise de lentes genéricas indicou falta desta conformidade. No Brasil a garantia de proteção pode ser identificada na embalagem,  haste ou certificado dos óculos pelo código NBR ISO 15111.

Usar óculos sem filtro solar é pior que a falta deles, adverte. Isso porque, as lentes escuras dilatam a pupila. Por isso, quando os óculos não têm filtro, os tecidos do olho absorvem mais a radiação UV e o risco para a visão é maior, salienta.

 

Catarata e outras doenças

O especialista explica que o efeito da radiação é cumulativo.  Está entre os principais fatores que contribuem com o aparecimento precoce da catarata no Brasil. Isso porque,  as lentes escuras sem proteção aumentam em 60% a chance de contrair a catarata que deixa o cristalino do olho embaçado. A doença responde por 49% dos casos de cegueira tratável no Brasil. A estimativa é de que anualmente  cresce 20%, período em que surgem 120 mil novos casos..

A radiação UV também aumenta a formação de radicais livres na retina e pode causar  degeneração macular, maior causa de cegueira irrecuperável no mundo. Outra doença, menos grave, mas bastante desconfortável  causada pelo sol é o pterígio. "A conjuntiva   forma um tecido fibroso no canto interno do olho para se proteger da agressão. Quando  este tecido atinge a córnea, é indicada a extração cirúrgica para que a pessoa possa enxergar.

 

Risco imediato

Queiroz Neto destaca que a exposição por mais de seis horas à radiação solar pode causar ceratite, uma inflamação na córnea que mata células do epitélio, camada externa. Em 48 horas estas células se recompõem. Por isso, a ardência e vermelhidão não são levadas a sério. O problema é que os sucessivos traumas provocam pequenas imperfeições na córnea que a longo prazo interferem na visão.

 

O lado bom do sol

Nem por isso você deve fugir do sol. Segundo Queiroz Neto diversos estudos mostram que banhos de sol de 5 a 30 minutos conforme a cor da pele, pelo menos duas vezes por semana,  é fundamental para a saúde. Isso porque, o sol é a principal fonte de vitamina D que desempenha importantes funções no nosso organismo:

A dica é sempre manter a moderação.

 

Eutrópia Turazzi

LDC Comunicação

 


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Timothy Bancroft-Hinchey