Governo da Rússia e militares da Venezuela repudiam qualquer intervenção externa

Governo da Rússia e militares da Venezuela repudiam qualquer intervenção externa

Caracas, 26 de Outubro, 2016 (venezuelanalysis.com) - O governo russo e os militares do alto comando da Venezuela emitiram comunicados esta terça-feira [25 de Outubro] manifestando a sua oposição a qualquer intervenção estrangeira na nação sul-americana após a tentativa de impugnação unilateral levada a cabo pelo parlamento controlado pela oposição.

Lucas Koerner

No Domingo, a Assembleia Nacional da Venezuela emitiu um comunicado no qual declarava uma "ruptura com a ordem constitucional" e apelava aos militares para que desobedecessem às ordens do governo.

Esta movimentação foi a reacção à decisão do CNE para suspender temporariamente a próxima fase das preparações para um referendo de renúncia, devido a várias investigações instauradas pelos tribunais referentes a 53.658 assinaturas fraudulentas recolhidas pela oposição no início do ano.

Num comunicado oficial, o ministro venezuelano da Defesa, o General Vladimir Padrino Lopez, apelou ao apoio das forças armadas do país para que defendessem o governo democraticamente eleito de Maduro.

O "verdadeiro propósito" da declaração do parlamento, declarou, é o de "ferir gravemente as instituições do país por via da anarquia e do caos com o intuito de derrubar um governo legitimamente constituído."

Em particular, o militar denunciou o "incitamento à insubordinação e à rebelião" por parte do órgão legislativo, bem como o seu apelo à "comunidade internacional para... garantir os direitos dos venezuelanos", que apodou de "afronta à independência e à soberania nacional".

A declaração da Assembleia Nacional originou também uma reacção por parte da Rússia, que de igual modo acautelou contra quaisquer intervenções estrangeiras na nação sul-americana.

"Acreditamos que a via a seguir estará necessariamente de acordo com a base constitucional, sem interferências destrutivas externas, que são completamente inaceitáveis, não tentando impor qualquer um dos modelos que dividem a sociedade", afirmou Sergei Ryabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro manifestou a "solidariedade" do seu país para com o governo e o povo da Venezuela, exprimindo esperança de que uma nova etapa de conversações com a oposição, mediadas pelo Vaticano, acalmem a tensão na nação sul-americana.

"Vemos a situação [na Venezuela] com preocupação, mas também com a confiança de que a liderança venezuelana e as forças 'benéficas' da sociedade venezuelana irão encontrar uma via para saírem da actual crise sem comprometer a estabilidade do país e de acordo com o seu enquadramento constitucional", afirmou o político.

 

A Rússia sob a presidência de Vladimir Putin tem sido um aliado crucial da Venezuela, forjando laços fortes com as administrações de Chávez e Maduro nas áreas da energia, da defesa e da diplomacia internacional.

 

Fonte: Tirem As Mãos Da Venezuela

 


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Timothy Bancroft-Hinchey