Hiroxima e Nagasáqui são «grito de alerta» para hoje

Hiroxima e Nagasáqui são «grito de alerta» para hoje

AbrilAbril

6 DE AGOSTO DE 2020

Assinalando os 75 anos dos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui, o CPPC alerta para a urgência do fim das armas nucleares e apela à assinatura do tratado de proibição deste armamento.

Os «horrores» da Segunda Guerra Mundial permenecem na «memória dos povos de todo o mundo», neles se incluindo «o holocausto perpetrado pelos nazis alemães e os bombardeamentos nucleares norte-americanos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui - ocorridos a 6 e 9 de Agosto de 1945 - sobre um Japão na prática já derrotado e sobre cidades sem importância militar estratégica, tornando o crime ainda mais brutal», lê-se num comunicado emitido esta quarta-feira pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC).

 

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A dimensão do «crime» fica também expressa no «número de vítimas e na brutalidade dos seus efeitos: mais de 100 mil mortos no momento das explosões e outros tantos até ao final de 1945, na sequência dos ferimentos», afirma o documento, destacando que, «entre os sobreviventes e seus descendentes, disparou a incidência de malformações e doenças oncológicas, devido à radiação».

Na sequência dos horrores da II Guerra Mundial e dos «bárbaros» bombardeamentos atómicos, «o fim das armas nucleares e o desarmamento geral, simultâneo e controlado» tornaram-se - há mais de sete décadas - um objectivo central da acção de todos quantos defendem a paz e a segurança internacionais.

Grito de alerta para riscos hoje existentes

O CPPC sublinha que recordar Hiroxima e Nagasáqui é sobretudo um «grito de alerta» para os riscos que hoje existem: tendo em conta a dimensão e potência dos actuais arsenais nucleares, «uma guerra nuclear não se limitaria a replicar as consequências de Hiroxima e Nagasáqui, antes as ampliaria a uma escala nunca vista», frisa - e alerta: «Bastaria que fosse utilizada uma pequena parte das bombas nucleares existentes para que toda a vida na Terra ficasse seriamente ameaçada.»

 

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De acordo com a Federação dos Cientistas Americanos, existem no mundo cerca de 15 mil ogivas nucleares (1800 em estado de «alerta máximo»), das quais 14 mil estão na posse de EUA e Rússia. As restantes estão em poder do Reino Unido (215), França (300), China (270), Índia (110-120), Paquistão (120-130), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (menos de dez).

Apenas os EUA utilizaram este tipo de armamento, mantendo actualmente armas nucleares espalhadas por todo o mundo, em bases militares e esquadras navais, revela o comunicado, explicando ainda que os Estados Unidos gastam mais nos seus arsenais do que os restantes oito países juntos e admitem a possibilidade de um ataque nuclear preventivo, mesmo contra países que não possuem armas nucleares.

Acção forte em prol da paz e do desarmamento

Para o organismo português, impõe-se agir mais fortemente em prol da paz e do desarmamento, algo que é ainda mais importante, em seu entender, «num tempo tão incerto e perigoso como aquele em que vivemos, nomeadamente quando os EUA promovem a corrida aos armamentos, incluindo nucleares, com o maior orçamento militar de sempre».

Neste sentido, o CPPC reafirma que Portugal deve assinar, ratificar e promover o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, aprovado há três anos no âmbito da Organização das Nações Unidas, contribuindo de forma activa para um mundo livre de armas nucleares e para a paz. É com esse intuito que apela a todos os amantes da Paz para que assinem a nova petição.

 

 

 

 

Photo: By Charles Levy - U.S. National Archives and Records Administration, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=56719

 


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Pravda.Ru Jornal