Jornalista colombiana pagou ex-funcionário da inteligência para mentir sobre Venezuela

Jornalista colombiana pagou ex-funcionário da inteligência para mentir sobre Venezuela

Caracas, AVN.- Claudia Cano, jornalista do canal colombiano Canal 1, pagou oito milhões de pesos ao ex-funcionário do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), Edgar Sevilla, para montar a falsa matriz de supostas torturas contra ativistas políticos presos, como parte da campanha de difamação internacional contra o país sul-americano.

Segundo reportagem divulgada pela Telesur nesta terça-feira, o ex-integrante do órgão de inteligência também devia afirmar que o dirigente socialista, Diosdado Cabello, e o atual diretor do Sebin, Gustavo González López, estavam ligados ao chamado Cartel de los Soles.

Para cumprir com esses objetivos, Cano e Sevilla conversaram por telefone e se encontraram na padaria Café Las Delicias de Bogotá, capital colombiana, momento registrado em material audiovisual.

De acordo com esse gravação, o ex-funcionário mostrou preocupação por "dizer mentiras" sobre a realidade da Venezuela, e a repórter lhe respondeu: "Não, não, não, não é dizer mentiras. É, veja: para que a notícia tenha ênfase e seja mais interessante temos que apimentar, porque não vamos contar uma coisa tão plana. Temos que apimentar e colocar altos e baixos na notícia".

Cano também disse para Sevilla que assumisse essa tarefa como uma forma de ajudar seus "irmãos venezuelanos", baseada na suposta ideia que estão fugindo por razões humanitárias. O homem aprovou o pedido, embora reconheceu que ele chegou à Colômbia em boas condições.

"Obviamente, para que cause impacto tem que fazer ênfase no pior do sistema... Do governo, não pode me dizer na matéria: 'Veja, mas isto sim fazem bem'. Não, porque então estamos (fazendo) ênfase no que o governo está fazendo de pior", lhe recordou Cano.

"Eu vou fazer pela necessidade que tenho de dinheiro", respondeu Sevilla, que repassou com a jornalista os pontos sobre os quais mentiria: a suposta tortura de presos políticos, os vínculos de Cabello e González López com o Sebin e o ambiente entorno ao presidente da República, Nicolás Maduro.

Na entrevista também deveriam falar sobre "a repressão a estudantes, queimados praticamente e que foram atacados por corpos policiais...Isso é o que tem de me responder, não é o que você pense", lhe instruiu Cano.

Após acertar os pontos da entrevista, decidiram a forma de pagamento: quatro milhões de pesos quando fosse realizada a entrevista com o venezuelano, na avenida Jiménez com a sétima avenida de Bogotá, e o resto depois que o material fosse divulgado.

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