A um ano da firma dos acordos, colombianos convocam jornada pela paz

Personalidades da vida política e social colombiana convocaram para a sexta-feira 24 de novembro a realização de uma jornada nacional pela vida, pelo cumprimento dos acordos de paz e pela dignidade nacional. A convocatória terá como epicentro e cenário o Teatro Colón, emblemático lugar onde se firmou o pacto de paz produto de longas conversações promovidas em Havana, Cuba, entre comissionados do Governo Nacional e das FARC.

A convocatória divulgada assinala que em Bogotá se reuniram na sexta-feira 3 de novembro um grupo de mulheres e de homens seriamente preocupados pelo momento que o processo de paz atravessa.

"Se bem que estimula que o cessar das hostilidades com as FARC tenha significado uma diminuição absoluta da mortalidade por causa violenta, que já não haja tomadas de povoados, nem sequestros e se estejam levantando as minas antipessoa, como estimula também que o cenário de diálogo de paz com o ELN se consolide, não deixa de surpreender que com absoluta irresponsabilidade alguns parlamentares e outros altos funcionários estatais estejam comprometidos em pôr obstáculos ao desenvolvimento normativo dos Acordos de Paz que já oferecem resultados efetivos", indica o comunicado.

Alertam que há aqueles que pretendem manter o fogo da confrontação mobilizando o medo e o ódio, herança nefasta de setenta anos de guerra. "Temos a segurança de que esses pregadores da intolerância não são a maioria de nossa gente. Nos anima a certeza de que não se pode reinstalar a guerra em nosso país", indica a mensagem em que manifestam que para isso propõem convocar a opinião nacional, as forças vivas do país, as associações profissionais e empresariais, as igrejas e os movimentos sociais, a todas as colombianas e a todos os colombianos de boa vontade a se expressarem pela vida, a paz e a dignidade nacional. Na conjuntura do primeiro aniversário da firma do Acordo Final convidamos ao Teatro Colón onde o firmaram o Governo nacional e as FARC-EP para reafirmar a aspiração de conquistar a Colômbia em paz que nos merecemos.

O documento é firmado por Ángela María Robledo, Camilo Castellanos, Medófilo Medina, Antonio Madariaga, Jaime Díaz, Agustín Jiménez, María José Pizarro, Oscar Londoño, José Antequera, Elizabeth Martínez, Román Vega, Sabina Rodríguez, Javier Serrano, Hernán Darío Correa, Diana Arbeláez, Víctor Saidiza , Libardo Herreño, María Imelda Ramírez, Félix Torres, Mario Hernández, Andreive Pinzón, Alejandra Mantilla e Jesús Aníbal Suárez.

Os convocadores à jornada da sexta-feira 24 de novembro insistem em que será um momento plural, aberto a toda expressão comprometida com o país, pelo que não cabe pôr em primeiro plano diferenças de enfoque ou de método quando se coincide no fundamental. Um momento que pretende promover a iniciativa e a criatividade e portanto é de estimular que se proponham atos que confluam nos mesmos objetivos nas ruas, nos bairros, onde se considere possível e conveniente; um momento que busca incidir na cena política para que nos dias futuros se fortaleçam as expressões em favor da paz.

Esperamos que a 24 de novembro no ato do Teatro Colón possamos fazer um chamamento à opinião nacional, que, ao tempo em que seja uma voz de alarme pelo que o país estaria em risco de perder nesta conjuntura, convoque a ações cada vez mais vigorosas e de maior impacto. O referido chamamento deve recuperar a forma do Bando, expressão ancorada em nossa história de rebeldias e peça fundamental em nossos carnavais. Um Bando que ecoe em todo o país, que se fixe nas paredes dos povoados e das cidades, que se distribua nas igrejas e nos estádios convertendo-se em despertador das consciências expectantes e dos corações generosos, assinalam. 

Os organizadores constituíram comissões que se encarregarão de organizar o diálogo com as igrejas, estabelecer a relação com o mundo da política, realizar encontros com artistas, escritores e jornalistas e para avançar em alguns compromissos por parte dos movimentos sociais.

 

H. Durango

08 Novembro 2017

 

Tradução > Joaquim Lisboa Neto

 


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Pravda.Ru Jornal