A América Latina avançou como protagonista da própria história

Em 2014, a América Latina mostrou que o sangue que corre em suas veias segue sendo revolucionário. Os povos da região se mantiveram firmes na luta contra as mazelas do neoliberalismo e da opressão imperialista e resistiram bravamente às inúmeras tentativas de desestabilização dos governos progressistas. 

Especulações econômicas fizeram com que alguns acreditassem que havia um esgotamento da esquerda e pessimistas afirmaram que estes modelos políticos estavam naufragando. Neste ano, no entanto, os latino-americanos optaram pela continuidade dos governos das forças progressistas, porque uma eventual vitória da direita significaria um grave retrocesso em todas as conquistas dos últimos 15 anos.

Fazendo um breve retrospecto eleitoral, o ano começou com a posse de Michelle Bachelet, no Chile, e, logo depois, Salvador Sánchez Cerén, da Frente Farabundo Martí, foi eleito o presidente de El Salvador. Já em outubro Evo Morales se reelegeu no primeiro turno na Bolívia. Dilma Rousseff e Tabaré Vázquez venceram em segundo turno, no Brasil e no Uruguai, respectivamente. Estes resultados confirmam, portanto, que o ciclo progressista no continente vai continuar e isso reforça as tendências patrióticas e anti-imperialistas na região.

A América Latina vive, desde 1998, com a eleição do presidente venezuelano Hugo Chávez, uma etapa inédita em sua história política. Hoje, boa parte dos países da região é dirigida por governos que estão contribuindo para alterar a geopolítica mundial.

Apesar de tudo, é importante comemorar com os pés no chão. Diversas tentativas de golpe de Estado foram denunciadas na Venezuela no início de 2014. No decorrer do ano, outros países passaram por situações de desestabilização, fomentadas por representantes da direita que se viram sem saída política. Isto não deve cessar em 2015 e é preciso estar atento.

Ainda buscamos consolidar a América Latina como um polo importante da luta dos povos e nações do mundo contra a hegemonia do imperialismo estadunidense, por uma nova ordem econômica e política internacional e pela paz mundial.

Neste sentido também constatamos avanços significativos em 2014, através dos mecanismos de integração regional que permitem assumir posições vantajosas em um cenário mundial de crise econômica.

Abriu-se a possibilidade de edificar novas alternativas para o desenvolvimento no quadro da Unasul, da Celac e da Alba, que estruturam novas correlações de forças dos povos latino-americanos e caribenhos por sua integração solidária e soberana.

A América Latina já é protagonista de sua própria história e a luta segue em 2015.

 

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