Nicole Kidman e James Franco no deserto

A espanhola Isabel Coixet fez a atriz Juliette Binoche ir ao deserto do gelo, mas com muito mais credibilidade e competência, o alemão Werner Herzog filmou os dois astros Nicole Kidman e James Franco no deserto do Marrocos, onde ambos sentiam aquele temor e calafrio de aparecerem por lá os jiadistas. "Eu me sentia seguro com Werner Herzog, tanto como ator guiado por ele, como no lugar de grande beleza, escolhido por ele no deserto, a 8 horas de viagem de Casablanca"

Por sua vez, Nicole Kidman contou que, ao ter sido convidada por Herzog para fazer um filme no deserto, envolvendo a versão feminina de Lawrence da Arábia, só fez uma exigência "posso levar meus filhos?" E, disse ela, Werner logo colocou a disposição o local, "onde pude ter a experiência maravilhosa de dormir à luz das estrelas. Vou me lembrar toda vida dessas maravilhosas filmagens".

Ambos vivem os papéis principais de A Rainha do Deserto, no qual se conta a vida aventureira de uma filha de boa família inglesa, ainda na época do Império Britânico, ao fim da Primeira Guerra Mundial e ao fim do Império Otomano, depois de cinco séculos de existência, com uma nova marcação de fronteiras entre os árabes. Bastante conhecida é a figura de Lawrence da Árabia, mas ninguém sabia da existência de Gertrude Bell, consul em Teerã e depois em Amã, no Cairo e Damasco, tornando-se depois única figura feminina de projeção no serviço secreto britânico, naquela região, cujas convulsões se prolongam até hoje.

Werner Herzog, como ele mesmo confessou no encontro com a crítica, nunca fez filme de amor, " devia ter começado mais cedo" diz ele aos 72 anos. Mas ao ler o roteiro sobre Gertrude Bell, de família abastada de diplomatas, sedenta de aventuras, desejando deixar Londres, e de ler suas cartas de amor, mais sua ação política numa época em que Churchill era apenas ministro das Relaçoes Exteriores, Herzog sentiu-se obrigado a fazer o filme. Gertrude Bell, vivida por Nicole Kidman, "era uma mulher extraordinária e fui eu quem lhe deu esse título de Rainha do Deserto".

James Franco comentou ter sido uma ótima experiência conviver e trabalhar com Nicole Kidman, no Marrocos. Contou mesmo a quase irresponsabilidade dos dois, logo ao chegarem ao local das filmagens, por terem montado em dois cavalos previstos para as filmagens. "Nicole me perguntou se eu sabia montar, pois não era nenhuma habituada em equitação. Decidimos fazer um passeio assim mesmo e, na volta, corremos um certo perigo, pois os cavalos não eram ainda bem treinados".

Werner Herzog contou ter escolhido os dois atores mas não sabia se ambos eram compatíveis. "Uma má escolha pode comprometer todo o filme. Felizmente, ambos não tiveram problemas entre si". Isso tanto é verdade que Nicole, ao nomear qual sua cena predileta, refere-se ao momento em que ambos sobem uma longa escada de uma tôrre e, no alto, se deparam com um enorme abutre, ela grita e, logo depois, descem correndo as escadas, continuam correndo sobre a areia e, ao pararem de correr, se abraçam e se beijam. "Era um lugar diferente e eu adoro o deserto", disse Nicole.

O próprio Herzog reforça o encantamento exercido pelo deserto sobre Nicole e "pelo mundo árabe hoje demonizado". "Nicole trabalha bastante é extremamente séria como atriz, o filme repousa sobre ela, pois, exceto o começo do filme, Nicole está em todas as cenas".

"Naquele calor, de repente Nicole me pediu para tomar um banho, conta Herzog, arranjei uma banheira, enchemos com água e decidi incluir as cenas do banho de banheira no filme, pois Nicole não foi contra. Werner conta também terem enfrentado uma verdadeira tempestade de areia e ter posto todo mundo para trabalhar às duas da manhã, quando nevou, para filmar a passagem da caravana com neve no chão, antes que derretesse.

"Para fazer O Mágico de Oz eu treinei para ser mágico, por isso foi fácil fazer aquele simples passe de mágica para impressionar Gertrude Bell", conta o ator James Franco.

"Viver Gertrude Bell é diferente de viver uma Virgina Woolf. Esta exige até semelhança na voz e na maneira de falar, mas Gertrude ninguém conhece, então eu precisava criar a personagem e torná-la credível".


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Pravda.Ru Jornal