Silas Correa Leite: Ratos S/A

Silas Correa Leite: Ratos S/A

Nessa sociedade pústula S/A, vale mais a pose do que o conteúdo, vale mais a grife que a lucidez, vale mais a posse espúria do que o conhecimento e a espiritualidade, algumas pessoas que viram ratos, posam de almofadinhas, daí vc vê um rato belzeboy dizendo sobre outro rato bacharel, nossa, ele é médium, filósofo, funcionário público, e vc ri, faca entredentes, e pensa, um rato cheira o outro, e as ratazanas com pose dizendo de belezas e vaidades sem conteúdo, com suas mórbidas carências-facebook, carências-wathsapp, carências-instagram, entre as infovias efêmeras de ratos por ralos, elos por sequelas éticas, e vc ali, meio lontra curta metragem, meio ser, mas jamais rato porque vc é petralha da esquerda tubaína e mortadela como rotulam os ratos de antes, de agora, e ainda as sequelas de ratos improbos, reaças e analfas ratos-coxinhas-daslu, eleitores do Pinóquio de Chuchu da OPUS DEI. Já pensou que ratos de impérios?

Ser rato é cômodo, neofascista, de direita-penico, um asnoia, cérebro esponja da mídia amoral, mas rato que adora se achar criticozinho, sem fundo, mas cheio de verniz neoliberal, levando chumbo e se achando; rato de antros de escorpiões. Mal formado, clã de má índole, meio de ratos com patentes em concursados para o enriquecimento ilícito, ratos com cérebros de amebas, mas ainda assim ratos de terno, gravata, pondo dinheiro sujo em família, roubando parentes, criticando o pai frustrado e capenga, e sendo um filho corrupto, mas rato de meio que tem certezas absoluta de mesmices e achismos, quando não uma perua em casa tipo oxige-Nada, afinal, no poleiro também tem ratos grã-finos... todos chiques que poderiam vender tudo o que amealharam com hipocrisia e roubismos, darem aos pobres, e seguirem a Deus, mas tb tem ratos religiosos, que crime e pecado, hein? O castigo vem a cavalo? Venderam a alma para a corrupção e se acham... Não se enxergam? Ratos gordos, emperiquitados em ratoeiras sórdidas, se julgam enviados de Deus, eleitos... Desse jeito sou Dalai Lama...

Rato é rato, tem aquela velha opinião formada sobre nadas, olho gordo, riquezas impunes, riquezas injustas, propriedades-roubos, na moita e na maciota levam vantagem em tudo, certo, se houver uma auditoria, uma ouvidoria, uma corregedoria, uma lavagem do imposto de renda dançam fácil, mas ratos dançam conforme a musica, a ocasião que faz o ladrão, e ainda posam de críticos, honestos, donos da verdade de ocasião, mas não topam brigas feias, não têm moral no currículo vitae, faltam argumentos, chutam logo, vá pra Cuba... E o pior rato é que pensa que vc é galinha morta... Ratos unidos, acabam vermes entre antros...

Tem rato doutor, rato autoridade, rato com religião certinha da silva que se ajusta à sua ratinidade, rato que acha que é espírito evoluído, rato que é artista, que é sabichão, rato com patente, rato branco, rato disfarçado, rato com fé espúria sem obras, rato que logra pai e mãe e posa de santo, rato de tudo quanto é jeito, não se afirmam em nada, quando descobertos dizem que não deram sorte na vida, ratos voluntários, que posem de caridosos, etc, e tal. Em qual curral de ratos vc cabe direitinho. Oremos?

Tem rato querendo ser Saint Hilaire, Chico Chavier, Baudelaire, Paulo Coelho, Cury, Bukovski, Madre de Calcutá, tem rato que funda igrejinha, idolatra o que for útil e rendoso, cria fama, deita na cama, faz nome, vende abobrinhas, cria ranço, finca pose, e quando se vê, o rato tá vestido pra manada... Há ratos poderosos, de antros, só esquecem que no céu não tem ratos, não entra, não forma, não aceita. Mas eles acham que sabem tudinho, leem eles mesmos, entendem a Bíblia pelo corte riscadinho deles, adaptado, ajustado, andam pisando em ovos, neuras, ranços, quando instados oram por vc, rezam por vc, clamam espíritos, se bobear, abduzem vc, convertem vc, e pianinho, vc entra no picadeiro deles pelas portas dos fundos, argamassa de nódoas trambiqueiras, paga promessa, monta firma fantasma para lograr o fisco e desviar o olho da justiça que cega tarda e falha (justiça cheia de ratos engomadinhos de toga, túnica e patentes de w.cs.); sai pelo ralo, cheiram a ralo, mesmo perfumados, escrevem pica-couve pro estrume deles, fazem parte do quadradinho... e arredondam vantagens para se sair bem e impune. Ratos tem gabaritos e senhas de sobrevivência entre familiares sem coroa de culpa, sanitário de podres e status de sitio? Vão vendo. Abandonam opiniões saradinhas quando lhes mordem os podres calcanhares de palha, nem Freud e nem Marx explicam. Alguns ratos são o fino da fossa. Pobres, se acham ricos. Mestiços se acham brancos. Enganam bem. Logram familiares, traem esposas, amantes, quando precisam chegam de mansinho, depois de aboletados e corruptos até as fuças posam de ricos de colarinho branco. Ratos têm topete. Não cheiram e nem fedem, mas ostentam bem, com processos, protestos, ações de despejos contra, ações por dívidas de condomínios contra, velhacos, quem os vê, pensam: estão bem de vida honestamente...  São unidos. Formam quadrilhas e se protegem com diversos nomes, clubes, instituições, dão carteiradas, compram bens de forma suja e fajutas, passam  propriedades em seu nome por meios ilícitos, fazem vistas grossas para contrabandos, roubismos, vilões, produtos piratas, ratos de porões, ratos de gabinetes, ratos de panelas, esquemas de meio. Se bobear, viram benfeitores, heróis de família, acabam impunes, sem os filhos saberem que foram ladrões, corruptos furtaram com privilégios, furtos qualificados e maquiados, crime continuado, peculatos, tudo com documento de corrupção passando a limpo nas ratoeiras de trabalho na mão grande, abusando de cargos, funções, crime qualificado  e afins.

Ratos tem poses, não valores. São despolitizados pelo avesso do avesso do haver-se. Cheiram naftalina, creolina, cocaína; se tomassem rivotril, deixariam de gostar de supositório de Pinóquio de Chuchu. Mas ratos vivem entre os escombros, restos, frestas, mesas de cantos, e deixam suas fezes-opiniões prontinhas de cultura de almanaque. Não topam debate. Não têm limpezas íntimas e de percurso para toparem celeumas. Fogem de verdades e transparências como o diabo da cruz. Abusam de comodismo, e onde podem se encostam, para ganharem benesses desviando foco, parecendo uma coisa e sendo outra, entre gatos pardos miam, se sacados e penalizados posam de vítimas, é um salve-se quem puder. O tempo é um terrível juiz a espera dele numa encruzilhada do futuro que logo calha, e seu terrível peso de predador no devir  depois do escarnio continuado das impurezas de percurso insano para uma sobrevivência facilitada no dezelo moral e erro factual. Pipocam. Começam latindo baixo, falsos-humildes concordatos, entram em matilhas para serem podres poderes iguais, miam fora da casinha, obram fora do penico, depois perdem a vez e a voz, acabam sendo o que afinal a vida inteirinha foram: ratos em poses de leões cabritados. Ou cândidas galinhas ciscando pra trás?

Você os reconhece de longe, mas de perto são arrumadinhos, se correr a risca uma busca na justiça estão sendo vigiados, pareados, cedo ou tarde caem nas armadilhas da luz calçando escuridões, têm seus feudos, seus repentes, suas falácias de purinhos, mas rato que se preza, tem suas presas fáceis, seus embates datados, suas crias desmemoriadas, seus bastões higienizados para flagrantes, seus papeis trocados com logins espertos, malandros de escrivaninhas... senhas camufladas, testamentos em nuvens podres, rastros disfarçados, engodos com camuflos, um olho na curva e outro no instinto do medo-rabo. E são sempre pegos pelo acaso ou ocaso, vc vê o rabo que eles deixam...

Com o tempo, vão deixando pintas de honestos porque o caldo do inferno apura o sórdido terrível fim, e terão quer abandonar antros, becos, condomínios, navios, e voltarem ao lamaçal muito além da falsa pureza original, e o vale da sombra da morte começa a cheirar limbo, húmus, vermes contemplativos, e tudo se revelará sem encaixe, tudo será passado a limpo sem verniz, no tribunal da passagem, travessia, serão os piores acusadores de si mesmos, as testemunhas fatais na hora do jugo final. "Pesado fostes na balança, e achado em falta". Maktub. Um dia é da caça, outro dia é do zumbi como sequela. O fácil frutifica engodos. O difícil açoda novos valores. A pior alta estima é a falsa estima. Não queremos santos. Mas nem ratos posando de. O pão que se coloca em casa é sagrado, ou não é? A comodidade adquirida de forma espúria tem seu preço venal? Ninguém deixa de ser pobre para querer ser da falsa elite suja impunemente. Escolhas. Referenciais. Vc tem medo de que? Um dia vc não será nada disso, nem rato. Ficarão as culpas pro cartório de Deus. E os herdeiros pagando o preço até a terceira geração/descendência. Se houver outra vida, vc virá piolho de rato, ou gato pardo fingindo que é o que não é? Ratos S/A. Não mexa no meu queijo.

O anjo que inventou a espada, virá sobre todas as cabeças e sentenças. Corações e mentes se abrirão. Verdades sairão do lume neutro. Como é que vc pode ter sido, se vc não foi, não poderia jamais ser e poder ser, não fez por merecer, não amealhou com lisura, nada justifica bens e valores, poses e posses, tua piscina de meritocracia é cheia de ratos como vc, preso por um fio?

Os ratos gordos abandonam os ratos menores no panteão da dor, na hora de nossa honra falsa, de nossa glória capenga, édipo manco, mãe enganada. Justiça seja feita nessa honra. Pague pra ver. O céu pode esperar. Veneno pra rato é na hora da morte que dói o imponderável? Justiça seja feita:  se todos os ratos se dessem a mãos, como acabar com a bandalheira de formação de quadrilha corporativas, todos por ninguém?

O bicho vai pegar. Quem não sabe o limite do nível de ser corrupto, deixa sendas. Ah o chicote da sequela da pose fácil, facilitada, não merecida. Justiça é exemplicidade, não opinião, presunção de impunidade...

Vc está no olho do furacão. Vai encarar? Teu garbo era de pelancas. Tua vida turbinada de riquezas impunes foi uma fraude. Ratos de esgotos são fraudes sociais.

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Silas Corrêa Leite (Da Série "Chorando Sobre Deleite Derramado") E-mail: poesilas@terra.com.br - www.portas-lapsos.zip.net

 

 

Silas Corrêa Leite é ciberpoeta, escritor e blogueiro premiado, livre pensador humanista,  membro da UBE-União Brasileira de Escritores, jornalista comunitário e cultural, pós-graduado em Literatura na Comunicação (ECA-USP), conselheiro diplomado em Direitos Humanos, autor entre outros de GOTO, A Lenda do Reino do Barqueiro Noturno do Rio Itararé, Romance, Editora Clube de Autores; autor de GUTE-GUTE, Barriga Experimental de Repertorio, Romance, Editora Autografia; autor de O Menino Que Queria Ser Super-Herói, Site Amazon, entre outros. Prêmio Mapa Cultural Paulista/Secretaria de Estado de Cultura de SP  (representando Itararé-SP). Prêmio Lygia Fagundes Telles Para Professor Escritor, Prêmio Ignácio Loyola Brandão, Prêmio Paulo Leminski, Prêmio Biblioteca Mario de Andrade (Gestão Marilena Chauí), Prêmio Literal, Fundação Petrobrás, Curadoria Heloisa Buarque de Hollanda, Prêmio Instituto Piaget e Prêmio Ficções Simetria, ambos em Portugal, entre outros. Colabora em revistas, jornais, fanzines, suplementos de arte, cultura e educação, está em mais de 800 sites, até no exterior, na América Espanhola, Europa e África. Consta em mais de 100 antologias literárias de renome em verso e prosa, até internacionais e na FBN-Fundação Biblioteca Nacional, gestão Ivan Junqueira. Seu Estatuto de Poeta foi traduzido para o espanhol, inglês, francês e russo. Elogiado entre outros por Moacyr Scliar, Ledo Ivo e Carlos Nejar da ABL-Academia Brasileira de Letras. Seu ebook de sucesso, O RINOCERONTE DE CLARICE, primeiro livro interativo da internet, foi tese de mestrado em Hyper Texto e tese de Doutorado em Linguagem Virtual na UFAL.

E-mail: poesilas@terra.com.br

 


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