ISIL é coisa do Pátio dos Milagres à Disney

ISIL é coisa do Pátio dos Milagres à Disney
8/3/2015, Gordon Duff, New Eastern Outlook
http://journal-neo.org/2015/03/08/isis-in-the-court-of-miracles/ 


A natureza do Estado Islâmico e suas operações são um mistério. A coisa simplesmente não pode existir. Será que se poderia provar que é pura 'armação'? Ah, sim, nada mais fácil, isso e muito mais, e sem nem precisar descer a detalhes das execuções encenadas.

O mito do ISIL cai aos pedaços sem que se tenha de recorrer a teorias conspiracionais, selvagens ou de salão.

Hoje, a rede Fars de notícias noticiou, de fontes iraquianas, que foi derrubado um helicóptero Apache norte-americano que lançava suprimentos para forças do ISIL nas áreas ocidentais da província de Anbar. Eis a foto do evento:

 

Legenda: Marque os erros dessa foto


Há algumas coisas erradas nessa foto. Primeiro, o helicóptero que aí se vê é um UH10 de 1957. Há milhares deles voando pelo mundo, pode-se comprar pela página de Ebay. A foto não é datada. Também faltam informações que poderiam identificar a origem e a folha corrida da tripulação, de onde vinha o voo, dados do mais corriqueiro interrogatório de polícia técnica.

Que fim levou o piloto? Onde está a carga? É preciso ver a foto toda, porque é perfeitamente claro que foi publicado um recorte de foto maior. Onde foi tirada? Em New York City? Poderia ser. O que mais se vê nessa foto é uma impressionante ausência de curiosidade.

Semana passada, a agência Fars noticiou que dois aviões britânicos de transporte foram derrubados quando operavam forneciam suprimentos para o ISIL. Nada de pilotos nem restos da fuselagem, sem número na cauda, nenhuma prova de que o evento tenha mesmo ocorrido, além da 'notícia'. Alguém aí está querendo me convencer de que duas aeronaves de transporte caem e ninguém, nem uma alma, nos 800 km em torno, nem pensaram em esgravatar nos destroços à procura de malas, relógios Rolex e outros bens?

Na sequência, supostas centenas de veículos do ISIL foram destruídos na campanha de bombardeio que os EUA executam, cada um deles com seus números de identificação de veículo [VIN numbers] em centenas de partes. O FBI e a Interpol podem facilmente rastrear qualquer veículo, não só a partir de qualquer peça, mas também por outras muitas vias.

Há convenções internacionais para controlar o tráfico nos mercados negros de veículos e de peças. Cada veículo fabricado é informado a um banco de dados e praticamente todas as peças recebem número de série que também são registrados nas vendas, e as transferências são gravadas e comunicadas ao banco de dados global.

Mesmo que estejam com o GPS avariado ou desligado, todos os veículos mais novos recebem ignição eletrônica que pode ser rastreada. Todos enviam sinais de rádio, a menos que seja usado um escudo Faraday. Veículos modernos liberam energia eletromagnética, visível como lanterna em sala escura.

Talvez a Toyota não queira explicar como aconteceu de mil de suas caminhonetes embarcadas para Israel terem sido modificadas e transportadas pela Jordânia. Israel e Netanyahu são entidades acima da lei; agora, a Jordânia também quer ser.

Estaria talvez aí o motivo pelo qual a Jordânia é agora heroica aliada dos extremistas de direita nos EUA que entregaram os corações e almas ao ISIL e aos amigos deles em Kiev? Examinemos rapidamente as coisas nas quais ninguém pensa.

Recentemente estive em Damasco, capital de um país devastado pela guerra. Embora a distância entre Damasco e Beirute, por rodovia, não passe de uma hora de viagem, há muitos itens - carne, por exemplo - que absolutamente não se encontram em Damasco. Observei o mesmo no Iraque, no auge da guerra. A vida era arroz, feijão e algum raro frango congelado, vez ou outra, a menos que você fosse soldado dos EUA e bebesse água poluída do rio vendida aos soldados pela Halliburton a $30 o galão.

O que estamos dizendo é simples: fazer entrar e sair suprimentos em/de zona de guerra é quase impossível, com certeza, pelo menos, no mundo real. Mas será que estamos em algum "mundo real"?

Voltemos à campanha de bombardeio. Há centenas de caminhões destroçados por todo o Iraque e Síria. Os EUA têm acesso a quase todos, como o Iraque e o Irã também têm. Alguém presta atenção a quem instala os para-choques, quem solda as placas para apoiar as armas nos assentos? Alguém testa a gasolina para saber se foi refinada?

Se se podem rastrear veículos, mesmo que ninguém rastreie, também se pode conhecer a impressão 'digital' de cada veículo, saber quem construiu, quem modificou, que ferramentas foram usadas, que soldas, que partes. Tudo pode ser rastreado até a fonte.

Ninguém quer fazer tal coisa. Por quê? Têm medo do que se descobrirá? O combustível, por exemplo.

Oh, você não sabia que não há refinarias de gasolina por toda parte? Que na maior parte do mundo, gasolina é vendida em contêineres plásticos usados em leiterias, carregados em picapes? Que durante anos toda a gasolina usada no Curdistão e no norte do Iraque foi contrabandeada da Turquia?

No sul, chegava em caminhões-tanque, da Jordânia. Há razões para acreditar que continue exatamente assim, bem ali, a céu aberto, para todos verem, nas estradas com dúzias de postos de controle do governo.

Soldados norte-americanos na Jordânia ajudam a monitorar essas estradas, esses pontos de controle; ninguém sabe como, sempre estão distraídos quando os embarques destinados ao ISIL cruzam a fronteira. Nos surpreendemos nos EUA com o número de comandantes militares demitidos recentemente? A ficha está começando a cair? 

Os EUA destruíram todas as refinarias existentes na região do ISIL, nos dois primeiros dias da campanha de bombardeio.

Eis o que,sim, sabemos:

Em toda a Síria e no Iraque há muita gente lucrando muito com fornecer para o Estado Islâmico. Ainda mais na Jordânia e em Israel, e fazendo o mesmo serviço. Na Turquia, negociar com o ISIL já é importante "setor econômico".

Traição e colusão com o inimigo são amplas e disseminadas. E norte-americanos, britânicos e outros também ganham muito dinheiro. Sim, há os tais voos de abastecimento, mas é preciso 'cair na real'. Os EUA têm total supremacia aérea sobre todo o Oriente Médio. Ontem, os israelenses noticiaram que os EUA havia ameaçado destruir a Força Aérea de Israel, se tentassem atacar o Irã enquanto os EUA negociam. Se os EUA podem derrubar toda a Força Aérea de Israel, derrubar um helicóptero ou um avião de transporte seria nada.

Consideremos outras opções, com atenção especial à inteligência. Em 2014, reuni-me com oficiais iraquianos para discutir inteligência disponível contra o ISIL especialmente nas regiões de Mosul e ao sul na Província Anbar. Oferecemos sistemas OCULUS, plataformas "roll on" para aeronaves C130 capazes de coisas que não se pode nem começar a discutir, inclusive localizar dispositivos explosivos improvisados, mas também, com certeza, capazes de rastrear todos os movimentos operacionais do ISIL.

Empresas israelenses ofereceram equipamento avançado de interceptação de comunicações, alguns itens com capacidades que não se pode nem começar a discutir. Garantido que o tal equipamento deteria todas as operações do ISIL, o que ainda é dizer pouco.

Também nos oferecemos para demonstrar armas avançadas de pulso eletromagnético que fazem, sim, parar eletrônicos, veículos, geradores, fones, qualquer coisa numa área que não se pode nem começar a discutir e sobre a qual dizer "enorme" é dizer pouco.

Os EUA tem o que se supõe que seja o equipamento mais avançado. E é muito avançado. Mas ninguém vê coisas simples como pessoas perguntando de onde vem a gasolina ou COMO é possível que o ISIL dirija ao longo de centenas de milhas por uma rodovia de duas pistas, sem ser visto por satélites, drones ou aviões de vigilância. A Agência de Segurança Nacional não ouve tudo e todos? Só se o ISIL fala na "Língua do P", que o decifrador da ANS ainda não decifrou.

Parece que ninguém pensou sobre de onde vieram os Toyotas; ou que montar um lança-mísseis de 25 mm na traseira de um caminhão não é serviço para qualquer um sem capacidades avançadas. Alguém aí lembrou que cada uma dessas armas tem de ser instalada num 'cartucho' de 6 metros? 

Pergunto outra vez: como alguém poderia meter dentro da Jordânia ou Turquia um navio carregado de caminhões com cartuchos carregados instalados na carroceria e, depois, transportar milhares de 'técnicos' em armaduras blindadas por centenas de quilômetros?

Pergunto outra vez: e de onde vem a gasolina? Por que os caminhões não têm números de série, nem número de identificação veicular, nem porcaria de número nenhum? Por que ninguém pergunta essas perguntas?

Como fazem milhares de jihadistas para voar pelo planeta? Como é que conseguem entrar na Turquia - onde qualquer simples turista é interrogado por 20 minutos quando põe os pés no aeroporto de Istanbul? A Turquia tem burocracia massiva, exército gigante, vastos serviços de inteligência e ninguém entra ou sai da Turquia, assim, sem mais nem menos; nem ninguém 'cruza' a Turquia. A Turquia não é brincadeira. Se Erdogan não quisesse jihadistas ali, de um lado para o outro, o tráfego fechava.

Alguém se deu o trabalho de abrir um mapa? Alguém viu que não é possível sair do norte da África, de onde saem muitos jihadistas, para Jordânia, Síria ou Iraque, sem passar por Israel?

É quanto voltamos à Jordânia. Sabemos que a Jordânia permitiu que a CIA treinasse milicianos do ISIL - embora a CIA tenha explicado ao Wall Street Journal que seus instrutores não sabiam (sic) que estavam treinando os milicianos errados.

Há uma razão pela qual ninguém faz pergunta alguma, nem a empresa-imprensa, nem os EUA, nem, com certeza, nenhuma das nações da região: porque ninguém quer resposta alguma. O ISIL é big business e quanto mais tempo durar essa guerra, mais milhões e milhões tomarão o rumo dos cofres de gente muito poderosa.

A mesma discussão se poderia fazer sobre o Boko Harum: como é possível que gente que sonha com voltar à Idade Média maneje tão competentemente os mais complexos telefones por satélite? Quem paga as contas? Eu não tenho um telefone daqueles. 

A resposta é simples: para mim, são entidades inexistentes. Não acredito nem em ISILnem em Boko Harum. Não acredito nessas entidades. ******

 

 


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Pravda.Ru Jornal