Angola: Redução de morte infantil

Para reduzir a mortalidade infantil, seminário no Lubango aborda a expansão da estratégia de saneamento liderado pela comunidade


 Com resultados comprovados na resposta à defecação ao ar livre no país, a abordagem de Saneamento Total Liderado pela Comunidade será avaliada e aperfeiçoada no evento
Luanda, 23 de Julho de 2018 – De 24 a 26 de Julho, o Governo de Angola, através do Ministério do Ambiente (MINAMB), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), promoverá na cidade do Lubango, província da Huila, o Seminário de Avaliação e Harmonização das Estratégias de implementação da Abordagem Saneamento Total Liderado pela Comunidade e Escolas (STLCEA). A abertura ocorre às 8h30 do dia 24 no Hotel Serra da Chela.


 O Saneamento Total Liderado pela Comunidade e Escolas em Angola (STLCEA) é uma iniciativa que promove amudança de comportamento a nível das comunidades e Escolas para a criação e uso de infra-estruturas de saneamento básico e de boas práticas de higiene, de modo a evitar a propagação de doenças diarreicas como a cólera e outras doenças de transmissão feco-oral que atingem o país. Nas províncias onde o STLCEA está a ser implementado, mais de 130 mil pessoas estão livres dos riscos da defecação ao ar livre.
 Sob o lema “Saneamento Ambiental, um compromisso de Todos os Angolanos e Angolanas”, o evento reunirá representantes do MINAMB, das administrações municipais e direcções provinciais de várias províncias e organizações da sociedade civil directamente envolvidas na melhoria do saneamento em Angola, para a avaliação do trabalho realizado até hoje e definição dos passos seguintes na implementação desta iniciativa.


 Durante o seminário, os participantes vão igualmente definir estratégias para a expansão e a sustentabilidade doSTLCEA em todo o país, com vista à melhoria do saneamento e à redução da mortalidade infantil, em linha com o Eixo 3 do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022.


 De acordo com os dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde em Angola (IIMS 2015-2016, INE), 53% dos agregados familiares têm acesso a uma fonte de água apropriada, sendo dois terços destes agregados (67%) nas áreas urbanas e um terço (32%) nas áreas rurais. Um terço (32%) dos agregados familiares têm instalações sanitárias apropriadas, enquanto três em cada 10 não têm qualquer instalação sanitária.


 Um diagnóstico realizado em 2015 pelo Ministério da Educação e o UNICEF em 600 escolas de seis províncias, demonstra que a média de acesso a uma casa de banho com sanita pelos alunos ronda os 58%, sendo que 28,5% dos alunos usam latrinas e 44,7% praticam a defecação ao ar livre, ao lado da escola ou no mato. Cerca de 70% das escolas incluídas neste levantamento[1] não têm ligações à rede de água, e as que estão ligadas à rede não são abastecidas durante cerca de 78% do tempo. Somente 35% das escolas (do país) têm água para beber disponível.


Sobre o STLCEA
 
A abordagem inovadora do Saneamento Total Liderado pela Comunidade e Escolas está a ser implementada nas províncias do Bié, Moxico, Cunene e Huíla. Dados de Abril de 2018 mostram que 132.948 pessoas em 145 comunidades estão livres da defecação ao ar livre nessas províncias, graças à implementação da estratégia.
 
Além disso, 36.490 alunos e 674 professores de 126 escolas participam no programa. O município de Nhârea, no Bié, está muito próximo de ter a primeira Comuna Sem Defecação ao Ar Livre (SDAL) de Angola.
 
O Executivo Angolano e o UNICEF cooperam no sector de Abastecimento de Água, Saneamento e Higiene há mais de 20 anos, com resultados visíveis na melhoria da cobertura de serviços de água potável e saneamento e na redução da incidência de doenças diarreicas e da cólera.


Author`s name
Pravda.Ru Jornal