Porta-Aviões Norte-Americano Chegará ao Mar do Japão nos Próximos Dias

O porta-aviões norte-americano Carl Vinson e sua frota chegarão ao Mar do Japão nos próximos dias, afirmou o vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence nesta sexta-feira (21), em entrevista coletiva com o primeiro-ministro da Austrália Malcolm Turnbull, realizado na capital australiana de Sidnei. 

Edu Montesanti

"Prevemos que estejam posicionados no Mar de Japão dentro de alguns dias, antes do fim do mês", anunciou Pence em seu giro por países aliados aos Estados Unidos na região diante da escalada das tensões com a Coreia do Norte desde que Pyongyang apresentou, sábado passado (15), o novo míssil de longo alcance, que segundo o governo norte-coreano é capaz de atingir o território norte-americano. 

O líder norte-coreano Kim Jong-il havia dito um dia antes da exibição que o Exército de seu país "devastará impiedosamente" os EUA, se Washington decidir atacar. E no domingo (16), a Coreia do Norte realizou mais um teste de mísseis, aumentando as já altamente tensas relações com os EUA e com a aliada histórica dos norte-americanos na península coreana, exatamente a Coreia do Sul.

Na entrevista coletiva na capital australiana, Pence, que já havia visitado Coreia do Sul e Japão com o intuito de tranquilizá-los diante dos programas de mísseis da Coreia do Norte, desafiou novamente Pyongyang ao garantir que os norte-coreanos cometeriam um grande "erro" ao "ignorar que os Estados Unidos possuem recursos, pessoal e presença necessários naquela região do mundo para assegurar nossos interesses, a segurança desses interesses, e a dos nossos aliados".

Diante das incertezas e do medo que aumentam em todo o mundo pelas tensões na península coreana, esta frase do vice-presidente norte-americano sintetiza perfeitamente a principal raiz dos problemas mundiais não apenas hoje, mas em relação à própria história dos Estados Unidos e do imperialismo global: esperar que qualquer governo no mundo entenda e aceite presença militar estrangeira ao redor de suas fronteiras em nome dos interesses econômicos e estratégicos dessa força externa, é surreal e não se pode esperar nada mais que um mundo envolto em permanente estado de tensão, e em infinitas guerras. 

A causa dos grandes conflitos envolvendo os Estados Unidos hoje não apenas nessa região, mas em todas as partes do mundo é exatamente essa prática descaradamente imperialista através da qual os Estados Unidos outorgam-se o exclusivo de valer-se da força militar para impor seus interesses e valores, desrespeitando soberanias nacionais e negando o direito à autodeterminação dos povos, ambos garantidos pelas leis internacionais.

 


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Timothy Bancroft-Hinchey