"Sanções contra Venezuela são insolência dos EUA", diz Nicolás Maduro

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. (AVN)

O presidente venezuelano qualificou como “insolência” as sanções impostas pelos Estados Unidos de maneira unilateral, segundo entrevista que publica nesta terça-feira (29) no diário A Jornada. "É uma insolência pensar que o Congresso de um país pode ameaçar, sancionar e exigir boa conduta a outro país e a um povo soberano como é Venezuela, disse o presidente Maduro à jornalista Stella Calloni, em referência às sanções dispostas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela.

O chefe de Estado questionou a resolução do Parlamento Europeu que se imiscui nos assuntos internos venezuelanos e a solvência moral de potências que, segundo ele, são “cúmplices de crimes contra a humanidade e cúmplices de Washington”.

Maduro afirmou que a "Europa é governada pelo grande capital financeiro dos Estados Unidos e da Alemanha. Os povos dos países europeus estão sofrendo as consequências deste período. A Organização do Atlântico Norte (Otan) avança em sua visão hegemônica militar, agitando bandeiras de guerras frias contra Rússia, Ucrânia e suas guerras petroleiras".

O presidente venezuelano foi entrevistado por Calloni, enquanto participava da recente cúpula dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) no Paraná, Argentina.

Maduro caracterizou o Mercosul como “vanguarda para construir a integração na região”, como era o sonho de Simón Bolívar, e destacou "a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, de Néstor Kirchner, de Tabaré Vázquez e de Hugo Chávez, que fizeram nascer um novo Mercosul.

“De fato, Hugo Chávez pôs um empenho obsessivo para que Venezuela regressasse ao âmbito sul-americano, de onde jamais devia ter saído”, acrescentou o mandatário. Ele destacou a atual situação do Sul, “onde novas lideranças marcam um caminho de soberania e igualdade”.

Diante a baixa do petróleo, Maduro sustentou que o Mercosul deve tomar posições e avançar em acordos de consolidação.

Com respeito à Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), disse que agora “vive uma nova etapa” e “é preciso avançar para um projeto econômico, como se fez nos projetos sociais com uma grande capacidade de desenvolvimento”.

"Nos anos recentes, além das importantes missões de educação e saúde que têm favorecido a milhares de latino-americanos, se criaram importantíssimos instrumentos liberadores no econômico. Mas sabemos que conquanto avançassem - como o reconhecem todos - ainda se há de avançar mais", sustentou.

Segundo Maduro, foram dados passos que permitem avaliar as propostas para a criação de uma zona econômica e a consolidação da Petrocaribe, que permitiu a mais de 10 países da região caribenha obter petróleo com facilidades de pagamento, com um preço menor que o do mercado.

O presidente venezuelano destaca a necessidade de ampliar e fortalecer este projeto realmente único na história da região “e mais ainda nestes momentos, onde é importante consolidar todos os organismos de integração”. “Deve ter um salto importante no caso do Petrocaribe não só como um acordo energético, mas também como um grande acordo econômico”, apontou Maduro.

 

Fonte: Prensa Latina

 

http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=b6090cd636e93a4a4574e97002734900&cod=14888


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Timothy Bancroft-Hinchey