Primeira Edição do Prémio José da Ponte

Silves, terra natal do José da Ponte

O primeiro Prémio José da Ponte será atribuído hoje ao grupo DAMA no Auditório Frederico de Freitas, Sociedade Portuguesa dos Autores. O Prémio José da Ponte é patrocinado pelo Millenniumbcp, sendo uma homenagem que terá edição anual, reconhecendo um talento emergente.

O Prémio José da Ponte é homenagem não só ao vencedor, mas fundamentalmente à figura José da Ponte, que desde os anos 70 até o seu falecimento em 29 de Janeiro este ano, vítima de doença desde a sua adolescência. José da Ponte passou a sua vida a criar (escreveu muitas músicas conhecidas ao público, muitas outras desconhecidas), em projectos de grande impacto mediático (Eurovisão) e outros sem tanto impacto mas mais virados para ajudar pessoas e criar talento, na condição de baixista (foi um dos melhores baixistas da sua geração), teclista, cantor, letrista ou produtor.

Não só a sua música, com a qual representou seu amado Portugal numerosas vezes mas também esta vertente de descobrir talentos, dão um cunho especial e amado ao Prémio José da Ponte, atribuído hoje Quinta-feira dia 18 de Junho ao Grupo DAMA. O prémio será atribuído anualmente a um novo talento. Será uma maneira do José da Ponte continuar o seu trabalho, ainda de lá, a criar riqueza e beleza em Portugal, entre os seus artistas e músicos.

José João dos Santos Águas Pontes (José da Ponte ou Zé da Ponte) nasceu em Silves em 1954 e tornou-se um dos melhores baixistas em Portugal, mas também tocava teclas e cantava. Ao longo dos anos destacaram-se numerosos projectos discográficos, incluindo Saga (1976), Dia d'Água (com Lena d'Água), Salada de Frutas ("Robot"), Salada e Zoom.

Além disso escrevia jingles (ao longo de mais de duas décadas) e escrevia ou produzia canções para outros/as cantores/as, lançando vários nomes soantes na música portuguesa e internacional, como Dora, Dulce Pontes, Tó Cruz, 2B ou colaborando como instrumentalista com artistas consagrados (António Variações, Jorge Palma, Pedro Barroso). Participou como autor na contribuição portuguesa para Festival Eurovisão (1986 Dora, Não Sejas Mau para Mim; 1991 Dulce Pontes, Lusitana Paixão; 2005 2B, Amar) e como produtor na canção que Tó Cruz levou para Dublin em 1995, Baunilha e Chocolate, entre muitas outras canções para muitos/as artistas e grupos.

Além disso escreveu o Hino Somos o Primeiro para Canal 1 da RTP, o Hino O Primeiro Olhar quando RTP fez cinquenta anos em 2007, o Hino da SIC quando foi lançada, o SIC 20 Anos em 2012 e a canção da campanha Pirilampo Mágico.

Fundou os Estúdios de Gravação Namouche, trabalhou como Produtor na editora Strauss, participou no Juri no programa Operação Trunfo da RTP1, fundou o estúdio de gravação Atelier do Som e dedicou-se como Administrador à Sociedade Portuguesa dos Autores, dirigindo vários departamentos desta instituição até à sua passagem em Janeiro.

Só que o Prémio José da Ponte significa que José da Ponte não nos deixou, está cá e continuará cá durante muitos anos, deixando-nos seu considerável registo como músico mas também continuando a criar e incentivar talento nos outros.

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http://port.pravda.ru/cplp/portugal/31-01-2015/38018-ze_da_ponte-0/

Timothy Bancroft-Hinchey

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