Síria: Sem terroristas, não há problemas

É essencial o fim do contrabando de armas para a Síria através das potências ocidentais

Damasco, (Prensa Latina) O fim do fornecimento de armas de países ocidentais e monarquias do golfo Pérsico aos grupos sírios é considerado hoje essencial para encontrar uma saída pacífica à crise na Síria.Um dos países alvo destas práticas, o Líbano, anunciou sua tentativa de fechar as partes de suas fronteiras usadas por grupos armados e traficantes para introduzir armamentos que intensificam o conflito na Síria.

Declarações do comandante do Exército libanês, general Jean Kahwaji, ao jornal libanês Al-Safir, indicam que o esforço de suas tropas responde aos apelos dos vizinhos libaneses que recusam qualquer presença de grupos armados em seus povoados.

Nas declarações foi mencionada a zona de Akkar, na fronteira com Síria, que se converteu em uma importante área do contrabando de armas e onde esses grupos fortificam posições.

No entanto, e ao que parece por causa das denúncias contra os promotores destas práticas, grupos contrários sírios indicam que o fluxo de armas aos rebeldes tem se desacelerado nas últimas duas semanas, assinala um artigo datado em Beirut do jornal estadun

Alguns porta-vozes dos grupos irregulares propõem que isso acontece porque os envios não estão sendo feitos através da rota habitual, a fronteira turco-síria, mas que esperam que o problema com Ancara se resolva logo.

Outra fonte citada pelo jornal assinala que membros do chamado Exército Livre Sírio assinalam uma diminuição dos fornecimentos financiados pelo Catar e pela Arábia Saudita.

Enquanto esses dois países apoiam esse ilícito fornecimento bélico, não confirmaram nenhuma participação oficial e a Turquia nega que está ajudando a facilitar o fluxo de armas. Não obstante, em seu território operam dois campos de treinamento militar para esses grupos.

No entanto, os ativistas opositores dizem que a inteligência turca entrega regularmente armas aos chamados rebeldes no lado sírio da fronteira.

Ao que parece, as denúncias desta cumplicidade para fomentar a violência na Síria, deu resultados. Pois durante o giro do enviado da ONU e da Liaga Árabe pela região (Síria, Irã e Iraque) afirmou-se a importância de monitorar a fronteira síria para impedir o contrabando de armas para os grupos terroristas armados neste país.

Nesta quarta (11), esse foi um aspecto recorrente em uma sessão a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU para analisar a crise nesta nação do Levante.

A respeito, o delegado sírio perante a ONU, embaixador Bashar Al-Jaafari, foi categórico ao afirmar que o sucesso do plano de seis pontos do enviado Kofi Annan, depende do fim do fornecimento de armas por partes externas aos grupos armados.

Essa foi a principal proposta realizada pelo presidente Bashar Al-Assad a Annan quando esteve aqui em Damasco há vários dias.

Hoje, várias nações, tendo a Rússia à frente, consideram que o contrabando de armas por via terrestre à Síria a partir de países vizinhos deve cessar, assim como devem existir mecanismos para controlar as fronteiras e deter o abastecimento de materiais bélicos.

Em essência, essa é a situação sobre um tema que, embora não receba um reconhecimento oficial do Ocidente, é central na solução da crise e deve ser enfrentado como premissa para um diálogo entre os próprios sírios e encontrar uma solução entre eles, sem imposições nem receitas externas.

 

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Timothy Bancroft-Hinchey