Chegou a Portugal Dennis Hope, um americano que se nomeou Presidente do Governo Galáctico. Pretende vender para portuguêses terrenos na Lua «com vista para a Terra», um negócio que começou há mais de 20 anos e parece render-lhe milhões
O norte-americano deu hoje uma conferência de imprensa num luxuoso hotel de Lisboa, para inaugurar a Embaixada Lunar em Portugal, um espaço na Internet onde qualquer um pode comprar «a sua propriedade com vista para a Terra» por 25 euros o hectare, cita-o a agência Lusa.
O homem diz ser dono da «única agência imobiliária legalmente habilitada para vender terrenos no espaço» e já negociou certificados de propriedade com mais de 300 mil pessoas.
Segundo ele entre os seus clientes estão personalidades políticas como Ronald Reagan, Jimmy Carter e George W. Bush e as estrelas de Hollywood Nicole Kidman, Clint Eastwood, Tom Cruise e John Travolta, garante o site www.embaixadalunar.com.
A partir de hoje, também os portugueses podem adquirir uma propriedade por 25 euros o hectare, recebendo como garantia uma Escritura Lunar, uma Constituição, um mapa da propriedade, os Direitos Minerais e uma cópia da declaração original de detenção de propriedade da Lua.
O lunático projecto que hoje chegou a Portugal começou em 1980, quando Hope foi ao registo de terras de San Francisco (Califórnia, Estados Unidos) e requereu a propriedade de todo o sistema solar, à excepção da Terra e do Sol.
O americano reclamou a propriedade da Lua e de outros planetas baseando-se numa lei do Velho Oeste norte-americano do século XIX, «que concede a propriedade de terras devolutas as primeiro que as reclamar», explica o site.
Dennis Hope enviou cartas aos governos dos Estados Unidos da América e da Rússia e à Assembleia-geral das Nações Unidas. Sem qualquer resposta às suas missivas, interpretou o silêncio como concordância e hoje afirma ser o «legítimo dono do sistema solar».
«Não acredito que alguém pense que está realmente a adquirir um hectare da Lua», disse à Lusa o jurista da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), Luis Salvador Pisco.
«Em termos legais esta é uma situação em que as pessoas não poderão vir a invocar que houve uma burla, porque é demasiado evidente o que se está a passar. Suspeito que nenhum tribunal possa vir a dar razão» a futuros queixosos, alertou o jurista.
Fonte Portugal Diário
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