António Almeida Pereira, o procurador do Porto decidiu renunciar ao perceber que, definitivamente, o procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, não o quer a dirigir a PJ/Porto. O actual número dois do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto sentiu-se isolado perante a polémica criada no Ministério Público com o seu nome e optou por recusar o convite que surgiu após a demissão de Vítor Guimarães, segundo o Diário de Notícias.
Ao contrário do que é habitual, quase uma semana depois de ter sido conhecido o nome de Almeida Pereira, o CSMP ainda não tinha sequer marcado a reunião de análise do pedido de dispensa do "número dois" do DIAP do Porto. Este facto, por si só, era já um sinal de que algo de anormal estaria a acontecer nos bastidores relacionado com a nomeação para a chefia da PJ do Porto.
O desagrado de Pinto Monteiro - que em termos legais e formais nada tem a ver com nomeações para cargos de direcção na PJ - era o principal sinal do nível de pressão colocado em cima do processo de nomeação, que se jogava ao mais alto nível do poder político e judicial, tendo esses contactos chegado aos ouvidos de responsáveis da PJ e MP.
Sobre a recusa de Almeida Pereira, o ministro da Justiça, Alberto Costa, manifestou "respeito", referindo contar durante o dia de hoje receber uma proposta alternativa por parte de Alípio Ribeiro.
Contactado pelo O Jornal de Notícias , Almeida Pereira recusou prestar esclarecimentos, remetendo a sua posição para um comunicado em que diz ter sido, nos últimos dias, "objecto de calúnias, infâmias e vilipêndios de proveniência nunca assumida". Uma alusão a notícias sobre uma alegada investigação sobre uma suposta ligação a Pinto da Costa e ao F. C. Porto e a uma viagem paga, em 2003, pelo clube a Sevilha, na final da Taça UEFA. A Procuradoria Geral da República nunca desmentiu publicamente a suposta existência da investigação, embora ao F. C. Porto tenha dito nada estar a ser averiguado com esse teor.
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