A demissão do comandante da Polícia Militar do Rio, Ubiratan Ângelo, causou ontem um motim da corporação chefiado pelo Grupo dos Barbonos - oficiais que exigiram aumento de salário.
Quarenta e cinco coronéis e tenentes-coronéis entregaram os cargos e pelo menos quatro batalhões não colocaram soldados nas ruas pela manhã, segundo informações da Agência Estado.
À noite, 200 oficiais se reuniram em assembléia e baixaram o tom nas exigências ao governo. Aceitaram a nomeação do novo comandante da PM, coronel Gilson Pitta Lopes, anteriormente criiticado.
Nunca, nos 200 anos de história da Polícia Militar, houve uma troca de comando sem a tropa formada, criticou o presidente da Associação de Oficiais Militares do Estado (AME), coronel da reserva Dilson Anaide.
Mas à noite na assembléia Anaide mudou de opinhão Aceitamos o comando legítimo. A nomeação do coronel Pitta é legal, mas pediremos que o secretário fique afastado da negociação (salarial).
A assembléia foi o ato final de um dia cheio de idas e vindas. Pela manhã, não saíram às ruas policiais de pelo menos quatro batalhões - 13º (Praça Tiradentes), 18º (Jacarepaguá), 17º (Ilha do Governador) e 39º (Belford Roxo). Mas o serviço foi retomado à tarde.
No caso dos oficiais também houve recuos. Entre os oficiais que voltaram atrás estão o ex-diretor geral de Finanças, coronel Carlos Jorge Ferreira Fogaça, e o coronel Adilson Teodoro Soares. O primeiro teria sido nomeado chefe de gabinete de Pitta e Soares, subchefe do Estado-Maior. Não queremos falar em traição, mas esse comportamento é, no mínimo, estranho, disse um oficial que preferiu não se identificar.
Amanhã, policiais farão manifestação na Praia de Copacabana, afixando na areia 586 cruzes em memória ao número de colegas mortos de 2004 a 2007.
Uma reedição do protesto do Leblon, estopim da crise que levou à exoneração de Ubiratan, que sabia da manifestação e não a proibiu.
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