Nessa quinta-feira uma das maiores tragédias da história futebolística brasileira completou 25 anos. No dia 5 de Julho de 1982 o Brasil entrava em campo como franco favorito para enfrentar a Itália, precisando apenas de um empate para se classificar as semifinais do mundial. O futebol daquela seleção encantava o mundo, mas quis o destino que caíssemos perante os italianos de Paolo Rossi, autor dos três gols de sua equipe.
Os jogadores eram os melhores do mundo, com um meio campo que ninguém esquece, formado por Cerezo, Falcão,
Sócrates e Zico. Para Cerezo, que marcou história no Atlético Mineiro e no São Paulo, esses jogadores tinha um enorme potencial..
"Aquele meio-de-campo era sensacional. Era formado por mim, Sócrates, Zico, Magrão..." Ele confundiu-se, pois Magrão era o apelido de Sócrates, já citado. O autor do segundo gol brasileiro no confronto, Falcão, foi esquecido.
Para o galinho o adversário teve seus méritos, já que não era para qualquer um vencer os brasileiros naquele momento. Ele não credita o acontecimento a um golpe de sorte da Azurra, como é dito por muitos.
"Isso não é verdade. Não acredito nesse tipo de simplismo, acho uma grande injustiça. A Itália tinha um grande time que soube jogar aquela partida contra a nossa equipe. Havia jogadores de destaque. Claro que não era o nosso dia, mas tirar os méritos da Itália não é correto."
Realmente não há como negar que a sorte estava ao lado dos italianos naquele dia, mas a competência foi imprescindível.
O Brasil não soube jogar com a vantagem do empate. O técnico da época, Telê Santana, durante a preleção falou que os jogadores deveriam jogar para ganhar, como sempre fizeram, mas suas últimas palavras foram, "O empate também nos garante na semifinal".
"Acho que o maior problema naquela partida foi que não conseguimos manter a vantagem do empate nem por 15 minutos. E isso foi muito complicado, porque estávamos sempre tendo que correr atrás do placar. Não penso em erros fatais, acho que o grande problema foi esse. Nosso time não sabia jogar para segurar resultado e, por isso, precisaríamos de mais tempo com vantagem para conseguir impor nosso ritmo no jogo." Lembrou Zico, que atualmente é técnico do Fenerbahçe.
O lateral esquerdo da equipe era Júnior, do Flamengo. Ele lembrou da tragédia de Sarriá por um lado positivo. Para ele, mesmo não levantando a taça, aquele time conseguiu ser reconhecido mundialmente, o que é muito difícil.
O mestre Tele Santana, antes da fatídica partida disse que a Seleção Brasileira sabia jogar contra qualquer marcação e o homem-a-homem da Itália não seria problema.
Não foi o que aconteceu. Quando a bola rolou, Rossi abriu o placar aos cinco minutos. Aos 12 Sócrates descontou. O empate era suficiente, mas após um erro de Cerezo na saída de bola, a Azurra voltou a ficar na frente do marcador. E assim acabou a primeira etapa.
Na volta dos vestiários, Falcão marcou, aos 23 minutos. Mais uma vez o resultado favorecia os brasileiros. Mas o castigo veio rápido. Apenas seis minutos depois, o carrasco marcou seu terceiro gol no jogo e selou a desclassificação. No último minuto Oscar ainda cabeceou com perigo, mas Zoff defendeu. Foi o último suspiro.
A tragédia então foi enorme. A comoção nacional era total. Ninguém podia acreditar que o time supostamente invencível cairia daquela maneira. Mas essa equipe, ganhando ou não, ficará sempre na memória de quem gosta do bom futebol.
ITÁLIA 3 X 2 BRASIL
ITÁLIA: Zoff, Gentile, Cabrini, Collovati (Bergomi - 34"/2ºT) e Scirea; Tardelli (Marini - 30"/2ºT), Antognoni, Oriali e Conti; Rossi e Graziani - Técnico: Enzo Bearzot.
BRASIL Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luisinho e Júnior, Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho (Paulo Isidoro - 24"/2ºT) e Éder - Técnico: Telê Santana.
Estádio: Sarriá, Barcelona (ESP)
Data: 05/07/1982
Público Pagante: 44 mil
Juiz: Abraham Klein (ISR)
Cartões Amarelos: Gentile e Oriali (ITA)
GOLS: Rossi, 5"/1ºT (1-0); Sócrates, 12"/1ºT (1-1); Rossi, 25"/1ºT (2-1); Falcão, 23"/2ºT (2-2); Rossi, 29"/2ºT (3-2)
Fonte Fanáticos por Futebol
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