Por Jolivaldo Freitas
Os Estados Unidos anda, segue e volta e meia está ameaçando tirar do ar o aplicativo Tik Tok. Diz que corre o risco de estar sendo espionado. Quer segurança e não tem garantias dos administradores do produto não estar servindo aos interesses da China. Fica difícil extirpar o Tik Tok da vida dos americanos. São 150 milhões de usuários da plataforma e que reagiram mal ao informe da iniciativa governamental. Bom saber que não se trata de um “balão de ensaio”. Servidores públicos norte-americanos e europeus foram instruídos a desinstalarem o aplicativo de seus aparelhos fornecidos pelos governos.
O CEO da Tik Tok nos Estados Unidos, Shou Zi Chew, foi intimado a depor no Congresso e passou por uma sabatina excruciante. Técnicos entendem que exista um nível de gravidade em termos de interferência do aplicativo chinês. As autoridades não conseguiram intimidar o administrador do Tik Tok, que ainda saiu fortalecido com o apoio maciço que conseguiu da maioria dos seus usuários. Eu, particularmente, acho o Tik e Tok um brinquedinho de adolescente, embora reconheça que seu uso pode ser tido como irrestrito. Usei como efeito numa campanha política em que fui responsável pelo marketing. Mas não senti segurança e o retorno foi aquém do esperado... volto a dizer.... embora com algum sucesso em determinados momentos. Que ajudou ao meu candidato, isso, ajudou!
O medo dos EUA é que está vendo a cada dia a China em vantagem na disputa pela hegemonia global de poder, especialmente no que se refere ao domínio das tecnologias disruptivas. Isso ameaça a supremacia ocidental multissecular. Foi no período de Donald Trump que a disputa com os chineses se concentrou na Huawei e suas vantagens comparativas no domínio do 5G. A ênfase acentuada dessa contenda foi a prisão da CFO da empresa, Meng Wanzhou, sob a denúncia de espião.
Neste período de briga pela primazia global de poder, as nações se movimentam. Temos hoje simplesmente uma altercação pelo controle das narrativas e do domínio de novas tecnologias de observação. Assaltos cibernéticos se intensificaram e novos recursos de espionagem foram empregados. A impressão que existe é de uma nova e moderna tentativa de invasão de território alheio, como faziam os velhos colonizadores espanhóis, portugueses, ingleses, holandeses e franceses. Temos um novo período de colonização? Diga você. Eu acho. E o Brasil, face sua incipiente participação no mundo tecnológico, mais uma vez sendo “invadido" pelas beiradas. O Brasil tem cerca de 100 milhões de usuários do Tik e Tok.
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Escritor, romancista e jornalista. Email: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br
Jolivaldo Freitas
Jornalista, escritor e publicitário
Diretor da Associação Baiana de Imprensa - ABI - Articulista do Correio da Manhã (RJ) - Colaborador do Pravda (Moscou) - Colaborador do A Tarde - Cronista da Tribuna da Bahia - Editor do portal Notícia Capital