Eleições no Brasil: Lula Apostando na Imbecilidade Coletiva

O petista tem feito campanha baseada mais em promessas vazias, a velha persuasão evasiva. Desta vez, sobre teto de gastos. Com o capitão Jair de um lado e Luiz Inácio do outro, não há motivos para alegrar-se sobre o futuro do Brasil
 
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista à Rádio Mais Brasil News neste dia 24 que, uma vez eleito, em seu governo não haverá teto de gastos públicos iniciado por Michel Temer (2016-2018), continuado atualmente, ferrenhamente por Jair Bolsonaro.

O que tem sido constante em sua campanha em aliança com Geraldo Alckmin, José Sarney e outras figuras das mais tétricas da corrupta, golpista elite nacional, é que o petista sagazmente não apresenta projetos precisos mas apenas discursos evasivos, que não o comprometem, de nenhuma maneira, com nenhum setor sobre nenhuma meta a ser cumprida.

Neste caso abordado pelo petista na entrevista, apenas eliminar teto de gastos não diz nada: o que a sociedade precisa saber é quanto o proximo presidente está disposto a investir em áreas como saúde, educação, sanemanto básico e outrasm fundamentais para uma sobrevivência digna. Sobre as quais, aliás, o PT no governo federal foi uma perfeita tragédia.

Circo

A verdade inconteste em mais este patético circo eleitoreiro é que o presidenciável petista, se eleito, não trará grandes feitos em termos de políticas sociais pois ele mesmo já deixou claro ao alto empresariado, neste mesmo mês no interior de Minas Gerais, que não mexerá na politica tributária. Do pagamento equânime de impostos advém políticas sociais, não de milagreiros políticos.
 
O que o ex-presidente faz claramente agora sempre foi bem conhecido das elites e dos menos ingênuos - e já nos cansamos literalmente de assistir a este filme patético no Brasil, que na realidade ocorre em todo o mundo: "joga-se para a torcida", afaga-se as massas sem comprometer-se de maneira precisa (algumas vezes com um pouco mais de ousadia criativa, prometendo pontualmente em cima de determinadas agendas ja sabendo-se, de antemao, que nao serao cumpridas) enquanto, por outro lado, deixa-se claro "a que musica se dançará" às classes dominantes (que devem estar se regozijando das "promessas" persuasivas de Luiz Inácio, neste caso).
 
Ou se se está sendo sincero nas intenções de ter um governo que seja marcado por politicas sociais (o que nao é o caso), especialmente nas áreas mencionadas por Luiz Inácio, educação e saúde, que o petista retorne especificando quanto seu hipotético novo governo está disposto a investir em cada setor, e precise de que maneira fará isso.

A ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), então candidata a releição em 2014, assim que reeleita se contradisse completamente. Colocou em prática, logo nos primeiros dias reeleita, o que faria exatamente seu concorrente Aécio Neves - e a petista havia condenado intensamente em campanha: ajuste fiscal.

Outro fator que pode ser considerado sintomático nesta atual campanha petista, é que Dilma contava com muito menos alianças comprometedoras pró-elites, que seu correligionário hoje. Além, propriamente, da bem conhecida característica histórica do PT: maior compromisso com personalismo, que com programas de governo/ideologia.
 
Na entrevista à Mais Brasil News, Luiz Inácio apontou,
 “Por que aprovaram teto de gastos? Porque os banqueiros são gananciosos. Eles exigiram que o governo garantisse o que eles têm direito de receber e tentaram criar problemas para investimento na saúde, na educação, na ciência e tecnologia.”

Sobre este caso específico, foi exatamente o ex-presidente presidente petista o mais generoso da história tupiniquim no que diz respeito a lucro aos banqueiros. Para nem se menconar a situação de completo abandono nas áreas acima mencionadas pelo petista, com especial (des)atenção às trágicas saúde, na educação públicas em ambos os governos petistas.

Se "esperneando" em campanha com juras de aplicação de determinado modelo econômico já se configura árdua tarefa à sociedade crer em líderes petistas, que dizermos, pois, diante da mais evidente evasão persuasiva como agora?

Os próprios aliados "ilustres" do PT hoje têm plena consciência de que tudo não passa de bravata, como a vazia "promessa" acima que contém, marca registrada da campanha lulista, mais chacoalho de braços a multidão que projeto definido: do contrário, não formariam tais alianças com o PT.

Ou alguém tentará nos fazer acreditar de que líderes peessedebistas, peemedebistas e mesmo caciques nordestinos do Democratas como ninguém menos que Sarney, tornaram-se da noite para o dia, miraculosamente sem nenhuma explicação, social-democratas comprometidos com a causa popular em contraposição às classes dominantes?

Todos esses líderes apontados acima que fraternalmente abraçam o petista hoje (de novo), começando pelo vice na chapa presidencial de Luiz Inacio, são favoráveis ao estrito teto de gastos, tendo apoiado entusiasticamente Temer na empreitada que apertou ainda mais a cruel forca brasileira (antecedido por Dilma e sucedido por Bolsonaro, em sua criminosa missão elitista)

Com o capitão Jair de um lado e Luiz Inácio, velho companheiro das classes dominantes do outro, mais que tudo querendo "ficar bem na foto" com todos, não há motivos para alegrar-se sobre o futuro do Brasil.


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Edu Montesanti