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Se não aprende por amor, aprende pela dor

Se não aprende por amor, aprende pela dor

Se não aprende por amor, aprende pela dor

Kim Niederauer

Em tempos de classe média que acha que é burguesa, gritos de "privatiza tudo!", e "vai pra Cuba seu esquerdopata!", caímos na pandemia do corona vírus. De quarentena voluntária, e com tempo de sobra para ficar por dentro de quase tudo, resolvi fazer uma breve análise política e social das medidas globais que estão sendo tomadas para o controle do caos. O Brasil será salvo pelo SUS, nas palavras do Ministro da Saúde; a Espanha estatizou os hospitais privados para que a população consiga receber atendimento adequado; Cuba (país sem registros da doença até então) criou um remédio que já salvou 1500 pessoas na China; a França cortou o pagamento das contas de luz, água e gás e os republicanos norte-americanos estão falando na implementação da renda mínima. 

Tudo isso que os "esquerdopatas" falam, refalam, explicam, comprovam há anos como mecanismos que devem ser instalados ou mantidos - como o caminho para uma sociedade mais justa -, é o que está sendo executado para tentar salvar o mundo de um desastre. Curioso não?

Estamos aprendendo que agir em comuna e ser solidário é a única chance de sairmos dessa pandemia com o mínimo de estrago possível. Não adianta você estar "superprotegido" e todo mundo infectado. Não adianta você dispensar a moça que trabalha na sua casa e ela não ser afetada pelo coronavírus, mas vir a morrer de fome. Ou, o contrário, como já ocorrido com uma senhora no Rio de Janeiro, que foi obrigada a continuar trabalhando para os patrões infectados, contraiu a doença e acabou falecendo.

Quem sabe agora vocês percebam que esse posicionamento egoísta e meritocrático do neoliberalismo não vai levar ninguém a lugar nenhum. Se informar através de fake news, ter preguiça de estudar e entender mais profundamente a realidade mundial e ter um mínimo de embasamento histórico não vai arrancar a mão de ninguém. No capitalismo, o dinheiro se encontra acima da vida.

Tentamos com toda a paciência do mundo explicar em tempos mais serenos, mas é como se diz aqui em Salvador, se não vai por amor, vai na tora! Imprimam esse texto, o releiam antes de decidir em quem vão votar nas próximas eleições, analisem quem tem as propostas mais pertinentes pensando no coletivo, quem sabe assim vocês não fazem besteira de novo. E de novo. E de novo!

Bacharelanda em Ciências Sociais e produtora de conteúdo digital

 


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey