Vomitando diuturnamente falso moralismo entre uma e outra canalhice que sempre acaba vindo à tona, além de compor um Estado putretado em estágio avançado, Bolsonaro, Moro, STF, Ministério da "Justiça", todos se merecem e há muito em comum entre eles - relação de amor bandido que extrapola as fronteiras nacionais, rebolam sigilosamente diante de Tio Sam
Edu Montesanti
Era o que faltava para completar o grande elenco da corja nacional, com orelhas de ouro! Neonazista presidente "eleito" (à base de falsas notícias, excesso de truculência, ausente de todos os debates além da boa, velha e indispensável dose de imbecilzação midática) Jair Bolsonaro deseja que ninguém menos que Sergio Moro assuma o Ministério da "Justiça" tupiniquim, ou o Supremo Tribunal Federal.
Muito provavelmente, dado o contexto e pelo que conhecemos da politicagem brasileira mais baixa que esses cínicos personagens dizem combater, trata-se, no conceito da bandidagem usurpadora do poder, de "justa gratificação" a Moro pelos "serviços prestados" à campanha do milico, e à própria oligarquia nacional ao longo desses anos incluindo a promoção de Temer, político mais impopular da história do Brasil por justíssimas razões: afundou ainda mais o Brasil em corrupção e caos econômico, além de ter transformado o País em um nanico, justifcado motivo de chacotas internacionalmente.
Durante vésperas de Temer assumir o poder, pós-impedimento da presidente Dilma Rousseff, apenas um perfeito idiota poderia acreditar que o emedebista seria a solução - e houve milhões e milhões de perfeitos idiotas para isso, com os quais era, então, impossível tentar dialogar; alguém se lembra?
Na realidade, todos os elementos acima se merecem nesta farra através da qual o País tem sido entregue aos piores bandidos - amounts to the same thing para ser mais original, nao é, Moro?
O juizeco da moda, fundamentalmente promovido por uma grande mídia de caráter bem conhecido, tem arrancado indignação de juristas renomados de todo o mundo pelas descaradas arbitrariedades que comete - com tendências bastante claras.
Moro, envlovido no abafado escândalo de corrupção do Banestado (*), tem sido um dos agraciados por WikiLeaks ao estrelar em telegramas secretos enviados da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília ao Departamento de Estado em Washington, recebendo treinamento dos norte-americanos tanto no Brasil quanto em territorio estadunidense, com tudo pago evidentemente (o que é, no mínimo, muito anti-ético senao mesmo crime receber financiamento e orientação estrengeira para cargo público, tanto que nunca se soube desses cursinhos através do próprio envolvido nem de sua principal porta-voz, a canalhada da grande mídia).
Nas aulas de justiça made in USA, aparecem rasgando o verbo em elogios aos seus lords diversos outros juristas que compunham o Ministério da Justiça, Supremo Tribunal Federal, Ministério "Público", enfim, nos bastidores, toda a nossa digníssima "Justiça" soltando as frangas diante dos teachers.
Bolsonaro, militar da reserva que deixou a corporação pelas portas do fundo em 1988 após ter planejado explodir bombas na instituição, qualificada por ele de "a classe de vagabundos mais bem remunerada que existe no País" (exatamente os milicos sobre os quais se apoia atualmente), tem como maior bandeira política seu nacionalismo do pau-oco - como sempre foi o dos milicos em geral na ditadura, hoje e sempre: prestou continência à bandeira dos Estados Unidos em visita à capital norte-americana de Washington, em outubro do ano passado.
O lema "Brasil acima de todos, Deus acima de tudo" de Bolsonaro, cópia da ordem do III Reich de Adolf Hitler que o pervertido presidente eleito (para usar tom mais moderado, em respeito sobretudo aos leitores mais pudicos) diz admirar, e de um falso moralismo se tomado o contexto da vida política que apenas uma sociedade adomercida intelectualmente, distraída em profundo ódio e discriminação, e incapaz de enxergar.
Longa vida do parlamentar neonazista que custou à Nação seu patrimônio de mais de R$ 15 milhões, em troca de duas propostas aprovadas, em 27 anos (!).
Um Supremo Tribunal Federal que, apenas para ficar no trágico exemplo mais recente, na pessoa do ministro Dias Toffoli afirmou recentemente que a derrubada do presidente João Goulart em 1964 nao foi, para ele, um golpe mas sim um movimento militar - desta maneira, legitimando tortura e assassinato extrajudiciais de milhares de pessoas inocentes, além do próprio atentado à Constituição (que o STF diz defender) utilizado para afastar Jango da Presidência. Parece piada macabra - e é, é o Brasil de hoje. Essa gente vomitando diuturnamente falso moralismo, compondo um Estado putretado em estágio avançado.
MP doutrinado na mesma Estrategia de Seguranca Nacional dos Estados Unidos, nesta Republiqueta de Bananas prevalecendo desde os Anos de Chumbo dos milicos: o combate do "inimigo interno" que, na pratica, nada mais é que a declarada guerra deste terrorista Estado semicolonial contra as oprimidas classes trabalhadoras, especialmente pobres e pretos.
Por fim, e enquanto troca-se seis por meia duzia em Brasilia: para quem nao tira liões da história como, por exemplo, no caso mais contemporâneo de Temer ao assumir interinamente a Presidência em março de 2016 com discurso pacificador ridículo, nao se debe iludir com tom mais moderado do neonazista Bolsonaro em patético prounciamento na noite em que foi eleito, 28 de outubro.
A campanha e o que vem ocorrendo desde o início deste ano, foram apenas preliminares do que aguarda o Brasil.
(*) Breves vídeos sobre o caso Banestado - estrelando, Sergio Moro: https://www.youtube.com/watch?v=fZiE4AcJI5Y
https://www.youtube.com/watch?v=s5tB1B9Mg10