Mantra "anárquicatropical" em prosa

Não quero a paz dos enfermos...

Prefiro a luta com crescimento e evolução com os infernos particulares que semearam em nós, e no derredor de nós, para me sacrificar que seja, mas sair couro grosso pronto para grandes debates, embates e batalhas evolutivas também...

Não quero a paz dos fáceis e comodatos

Prefiro insurgir-me com sabedoria e a minha calejada metralhadora dialética de estudos e conhecimentos, para encarar os dragões das tantas maldades entre aceitadores e usados pelo sistema...

Não quero a paz dos inseguros e frágeis

Quero a paz depois da luta por um mundo melhor, por sanidade e transparência em família, por honestidade no campo de centeio com corvos do trabalho, do lar, e nas lutas contra as hordas de achismos e mesmices por mais do mesmo......

Não quero a faz dos ordinários

Quero a paz dos teimosos, dos turrões, dos que encaram rojões, dos que lutam contra a miséria do cotidiano, e criticam as polis com chaminés, carros, fábricas, máquinas, currais, cochos e estábulos, em detrimento do humano que resta em nosotros, por um humanismo de resultados ainda que tardio...

Não quero a paz dos parvos, dos aproveitadores e dissimulados lacaios do lucro-fóssil e fracos com cara de paisagem entre ímprobos e vazios de caráter.

Quero a paz dos que se levantam a cada aurora de cada dia, e clamam por justiça social, labutam e militam em defesa dos fracos e oprimidos, os bem-aventurados dos evangelhos, e defendem mulheres, crianças, jovens, velhos, operários, professores, enfermeiros, negros, pobres, índios, gêneros, refugiados, excluídos sociais, além dos sem teto, sem terra, sem amor...

Não quero a paz de gruas, drones, câmeras, grades, arames e MR 15 israelenses da elite de uma burguesia que fede a dólar, eixo satânico do inumano mercado de ações e enxofre

Quero a paz dos que vencem com as mãos limpas, trabalham, lutam, estudam, e erguem utopias com o afeto que se encerra em cada dia de construção paulatina, para conferirem que a melhor vingança é vencer com transparência para dar exemplo de vida como lição de transparência, e ética humanista...

Não quero a paz de palácios, totens, exércitos, bandeiras, fronteiras, bolhas, colmeias e antros de riquezas impunes, riquezas injustas que falou São Lucas.

Quero a paz depois da libertação, correndo o risco de ser crucificado que assim o seja, ou apenados e injustamente julgados por garbosos bandidos de toga e fascistas tribunais midiáticos, tendo como meus heróis Cristo, Tiradentes, Gandhi, Mandela, Luther King, Mário Soares, Mujica, Lula, Betinho, Dalai Lama, Mário Soares, Frei Betto...

Não quero a paz dos opressores e omissos.

Quero a paz da consciência tranquila no percurso de vida e trabalho (e das conquistas), por lutar contra a história-remorso, pela não violência, mas com a soma de todos por todos, todos por um, pois juntos somos fortes e feridos venceremos...

Não quero a paz dos bezerros de ouro, das grifes, da exploração da mulher, do trabalho escravo, da prostituição infantil como escambo, das propinas, cartéis, máfias e quadrilhas do neoliberalismo do capitalhordismo americanalhado da águia com estrelas de sangue.

Quero a paz conquistada a ferro e fogo, sangue, suor e lágrimas, por um mundo melhor, uma pátria que não seja submissa a potência amorais, a um estado que não seja o estado-máfia como SP-Samparaguai, o estado mais corrupto do Brasil, em que os impunes bandidos estão há mais de 25 anos no local do crime, eleitos e reeleitos por belzeboys piratas e cabritadas belzebundas coxinhas asnoias mais o narcocontrabando informal no flanco...

Não quero a paz dos cemitérios clandestinos, de fornos carvoeiros, de antros palaciais, de biqueiras e morros bancados por milícias espúrias...

Quero a paz de Emicida, de Vandré, de Raul Seixas, de Gilberto Gil, de Caetano Veloso, de Audálio Dantas,  de Alberto Dines, de artes como libertação...

Não quero a paz do supermercado com seu gado confinado a se pagar pelo martírio na fila de saque e de achaque, pois a lei de oferta e procura é um blefe, e a meritocracia uma cloaca, nem quero a paz dos bancos roubando o povo em totalitarismo de boletos, ou as vazias catedrais de santos falsos em concílios espúrios e milagres inventados em idade de trevas para engabelar carolas com cabeças vazias.

Quero a paz daquele que anarquista e libertário perdoou prostituta, ladrão, leproso, e bem-aventurou fracos e oprimidos, os pequeninos, com uma paz em que o silêncio da caridade está no zelo íntimo e no perdão sendo um elmo, a verdadeira igreja sendo fé com obras, sem púlpitos-bancos, cruzes-sodomas, rituais-circos, dízimos-carnês, procissões de mortes e mentiras, apalermados e bem montados galãs charlatães de túnica com egos doentios, mais pompas de império com cruzes de ouro...

Não quero a paz do navio guerreiro no porto, pois navios são feitos para mares e descobertas e conquistas, nem quero a paz da globalização embuste globalizando a fome, a miséria, o neoescravismo, ou das privatizações-roubos, privatarias insanas e amorais.

Quero a paz da libertação de ainda nossos tantos navios negreiros de todos os tipos, a paz perene da sesta, do açúcar espiritual do remanso, do engrandecedor descanso depois da batalha, da coroa de glória depois da luta constante contra impropriedades e mesmo das propriedades-roubos, a paz que eu tanto sonhei para mim...

Não quero a paz fútil e frouxa da banda dos contentes, malformados, mal informados, néscios e vazios de conteúdo sociocultural.

Quero a paz dos valentes, dos militantes, dos que vivem e morrem pela causa da liberdade, igualdade, fraternidade.

Não quero a paz doente dos despostas, ditadores, traíras usurpadores, fascistas, enganadores do povão como massa de manobra em cabresto do open doping da mídia com números frios, letras mortas e estatísticas ignóbeis e vis.

Quero a paz limpa com espírito de criança, com garra aventureira de jovens, e a sabedoria fermentada de velhos experientes, nas trincheiras pela legalidade ainda que tardia.

Não quero a paz da letra morta da lei, na justiça vendida, do direito vilipendiado.

Quero a paz dos que lutam contra as leis injustas, contra a justiça partidarizada, e contra o direito que de direito não tem nada.

Como eu disse

NÃO A QUERO A PAZ DOENTE DOS ENFERMOS

A luta continua

A melhor filosofia é lutar, sempre.

Feridos venceremos!

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Silas Correa Leite - E-mail: poesilas@terra.com.br

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Silas Corrêa Leite, Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, São Paulo, Brasil.

Educador, ciberpoeta, Jornalista Comunitário, blogueiro premiado, livre pensador humanista e Conselheiro diplomado em Direitos Humanos. Consta em quase 800 sites como Estadão, Noblat, Correio do Brasil, Usina de Letras, Daniel Pizza, Wikipédia, Observatório de Imprensa, Releituras, Cronópios, Aprendiz, Pedagogo Brasil, Jornal de Poesia, Convívio e LibeArti, Itália, Storm Magazine e InComunidade (Portugal), Brasil com Z (Espanha), Politica Y Actualidad (Argentina), Poetas del Mundo (Chile), Fênix (Moçambique), Literatas (Angola), Pravda (Rússia) outros. Publicado em mais de 100 antologias, até no exterior, como Antologia Multilingue de Letteratura Contemporânea, Trento, Itália; Cristhmas Anthology, Ohio, EUA e na Revista Poesia Sempre/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro (Ano 2000/Gestão Ivan Junqueira).  Autor entre outros de TIBETE, De quando você não quiser ser gente, romance, Editora Jaguatirica, RJ; GOTO, A lenda do Reino do Barqueiro Noturno do rio Itararé, Romance, Editora Clube de Autores, SC, e Gute Gute, Barriga Experimental de Repertório, Romance, Editora Autografia, RJ

 


Author`s name
Timothy Bancroft-Hinchey