Quem foi realmente o piloto venezuelano Óscar Pérez?
As forças militares da Venezuela, durante a Operação Gedeón na última segunda-feira (15), capturaram e derem um ultimato ao terrorista e ex-piloto venezuelano Óscar Pérez, que era procurado pelas autoridades do país após cometer atentados, forjar planos paramilitares e desestabilizadores contra o Estado venezuelano.
Desde a morte de Pérez, que viralizou nas redes sociais, diferentes meios de comunicação e grupos opositores tentaram mistificar e vitimizar a figura do homem que liderava a chamada "Operação David" e outros atos violentos, como parte de um projeto terrorista financiado pelos Estados Unidos para ativar grupos armados de extermínio no país sul-americano, de acordo com denúncias de autoridades venezuelanas.
Na operação para sua captura houve um forte enfrentamento, que deixou também dois funcionários da Polícia Nacional Bolivariana mortos: Andriun Domingo Ugarte Ferrera e Nelson Antonio Chirinos Cruz.
Herói, mártir ou terrorista?
O ex-funcionário do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC) estava foragido após ter cometido atentados desde um helicóptero (roubado da Base Aérea venezuelana), com uma granada na sede do Ministério Público, do Tribunal Supremo de Justiça, onde funcionava um centro de ensino pré-escolar, em 27 de julho de 2017.
Pérez, em conjunto com o ex-oficial militar Juan Carlos Caguaripano, arremeteram contra o Forte Militar Paramacay na cidade de Valencia, estado de Carabobo, zona residencial em que se encontravam centenas de famílias, que se viram afetadas pelo ocorrido. Tratou-se da chamada "Operação David".
Em 19 de dezembro, ele também participou do assalto a mão armada de uma sede da Guarda Nacional Bolivariana em San Antonio de los Altos, no estado de Miranda.
Além disso, lhe foi atribuída a formação de uma célula terrorista, que estaria planejando ataques paramilitares há mais de três contra o governo e a sociedade civil.
Operação Gedeón: fim do terrorismo
Na madrugada de 15 de janeiro, funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Direção Geral de Contra-inteligência Militar (DIGCIM) e da Polícia Militar cercaram o local onde se encontrava o grupo terrorista após meses de investigação.
O ex-piloto foi abatido após abrir fogo contra os agentes de polícia, em uma zona estratégica de Junquito, nas proximidades da capital, onde se encontrava com seus cúmplices José Alejandro Díaz Pimentel, condenado pelos crimes de homicídio e assalto armado, Roberto Perales Jiménez, ex-funcionário regional investigado por homicídio e roubo a um banco, e Abraham Noe Lugo Ramos, condenado por homicídio simples.
"As ações cometidas por esses elementos geradores de violência caracterizam atos terroristas", que são ações condenadas pela Constituição venezuelana, apontou o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Néstor Reverol, após a captura do grupo, procurado há meses pela justiça venezuelana.
Pérez se encarregou de filmar o confronto, transmitido em tempo real nas redes sociais.
A imposição de um falso "herói"
Após o acontecimento, diferentes veículos nacionais e internacionais mostraram a imagem de Óscar Pérez como um herói da oposição venezuelana e reduziram seus crimes a atos de "rebeldia" contra o governo.
A maioria dos portais informativos noticiaram a morte como resultado de uma suposta perseguição direta de forças do governo, quando se tratou de um forte enfrentamento em que funcionários do Estado também perderam a vida, como foi informado por Reverol e outras autoridades do país.
O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, condenou as ações perpetradas pelo grupo terrorista, já desmantelado, e toda e qualquer ação terrorista contra o país.
Cabello também assegurou que Pérez e seus cúmplices estavam organizando um ataque com carro-bomba contra a embaixada de Cuba em Caracas.
Fonte: Telesur | Tradução: Pravda.Ru